por Roberto Cunha
Conhecida pelas comédias, filmes com levadas românticas, e, claro, por sua atuação no drama biográfico Johnny & June, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz em 2006, Reese Witherspoon esteve no Rio de Janeiro, numa coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira, dia 9, para divulgar seu mais recente trabalho: Guerra é Guerra. O AdoroCinema estava lá e, abaixo, você tem um panorama do que rolou e ainda um vídeo clipe exclusivo, que você assiste abaixo:
Guerra é Guerra!
Blondie girl
Trabalhando pela primeira vez com o diretor McG, de filmes como As Panteras, As Panteras - Detonando e O Exterminador do Futuro - A Salvação, uma das primeiras perguntas foi sobre a nova experiência de ser "a garota" em um filme com agentes secretos dirigido por ele. Sem titubear na resposta, ela contou que foi ótimo: "Ele é cheio de entusiasmo, de vida, de alegria, dança no set. Nada pode ser mais inspirador. Se tenho que fazer uma cena sexy e digo que não sei como fazer, ele me mostra como." Elogiando o jeito de trabalhar do cineasta, citou as boas ideias, a liderança e a "energia que pode ser sentida no filme."
Injetando ação na carreira
Dizendo que adora treinar para filmes assim, revelou que Água para Elefantes (2010) foi o que mais exigiu dela, que treinou durante seis meses e caiu "um milhão de vezes" (palavras dela) de cima do animal e dos cavalos também. "É divertido se desafiar fisicamente. Eu ainda estou jovem. É uma boa oportunidade, a gente se sente poderosa". Sobre os filmes que gostaria de ter feito, por exemplo, provocou risos quando disse que olhava para Missão Impossível - Protocolo Fantasma e pensava: "Eu posso fazer isso, ninguém me chama, mas eu posso fazer isso".
Romântico, agitado e polêmico?
Como a história de Guerra e Guerra envolve uma mulher e dois amantes, Witherspoon rebate qualquer tipo de pensamento mais conservador sobre esse relacionamento conflituoso e alerta que o longa é legal também para as meninas levarem seus namorados. "Eu acho que é um grande filme, tem ação e os caras gostam de ação. Hoje em dia, as mulheres saem com vários caras com muito menos culpa. É um tempo diferente de 15 anos atrás, as pessoas querem se casar mais tarde, querem experiências diferentes antes de uma relacionamento mais sério."
A tal cena sexy
Com personagens mais recatados ao longo da carreira, neste filme, uma das cenas envolve uma dose de sensualidade para Reese e ela contou uma curiosidade legal para os cinéfilos ao revelar que ela cena foi um take direto. "Fizemos em um dia. Foram duas horas de ensaio, filmamos por cinco horas e o take 17, acho, foi o escolhido". Ressaltando a diversão no meio da agitação (a cena é mentirosa, mas ótima) com Tom Hardy em ação por um lado e Chris Pine por outro, disse que o diretor perguntou qual a música que vinha na cabeça e ela respondeu "This Is How We Do It" (do Montell Jordan) e ele disse "ok". Meio sem graça, contou que McG a fez tirar as calças do pijama que usaria em cena. "Isso foi divertido! Ele me incentivava, dizendo que me queria mais sexy nesse filme, indo mais além do que as pessoas estão acostumadas a ver".
Diversão nos bastidores e na tela
Mostrando um ótimo humor, falou de como foi divertido o trabalha com os atores e que eles improvisaram bastante. E como o longa conta com a comediante Chelsea Handler, dos seriados Are You There, Chelsea? (2011-2012), Chelsea Lately (2007-2009), Reese fez questão de valorizar a presença dela como a amiga Trish. "Geralmente a gente tem o roteiro com as informações, mas também se improvisa, especialmente, trabalhando com Chelsea. Ela faz piada, mas não está brincando e nem leu o roteiro", provocando risos na plateia. Para ela, isso foi ótimo para deixar o papo delas em cena muito mais natural, "uma conversa entre duas mulheres e não algo escrito por Hollywood."
Por que Guerra é Guerra?
Como tinha acabado de rodar Água para Elefantes, ela disse que quando recebeu o roteiro de Guerra é Guerra achou bom porque era totalmente diferente, já que acabara de rodar um romance de época, e era algo "fresco" para o público. "Era uma boa oportunidade de fazer comédia e ação. E não parecia com nada que eu tivesse feito antes".
Gênero preferido
Para a surpresa de muitos, afirmou que adoraria fazer um filme assustador. "Adoro Nicole Kidman em Os Outros ... Naomi Watts em O Chamado." Perguntada se The Devil’s Knot (ainda em produção) ocuparia essa lacuna, disse que não. "É assustador porque a vida pode ser assustadora", disse ela, lembrando que esteve com mãe das crianças assassinadas na semana anterior a esta entrevista. "Foi incrível e é uma grande responsabilidade interpretar essa mulher. Esse filme é mais um que vai questionar o sistema de justiça americano, mas eu não acho que seja um filme de horror", finalizou.
Crítica pra que te quero
Sem rodeios para explicar como encara a crítica americana, que não foi positiva com Guerra é Guerra e de outros filmes seus, mostrou serenidade, afirmando que nem todos filmes são para a crítica e que não presta muita atenção no que escrevem. Lembrou que cresceu nesse meio, viu muitos filmes que adorou e que não saberia dizer se todos tiveram boa recepção da imprensa. "Isso não diminui a experiência de ver um bom filme pipoca. Você pode fazer filmes mais artísticos, ganhadores de oscar, de ação, comédias ... Nem sei se minhas comédias tiveram boas críticas, mas ainda são engraçadas".
A nova produtora
Apesar de Legalmente Loira (2001), entre outros títulos, terem sido realizados com sua própria produtora, a Type A Films, ela confirmou uma nova empresa aberta dias atrás com Bruna Papandrea, realizadora de Milk - A Voz da Igualdade (2008) e o ainda inédito Sangue Quente, terror previsto para estrear em fevereiro de 2013, nos Estados Unidos. Embora considere atuar mais tranquilo do que produzir, para ela, fazer as duas coisas ao mesmo tempo acontece naturalmente. Contudo, a nova companhia não foi criada para ela dirigir ou produzir seus roteiros, mas sim ajudar profissionais do setor e buscar algo realmente interessante. Dos projetos que já tem em mãos, falou de um sobre uma mulher que cruza o oceano Pacífico depois de uma tragédia pessoal. "Boas histórias, histórias pessoais, histórias que falem com a gente", concluiu.
Famosos com quem não trabalhou
Lembrada de que Woody Allen gostaria de trabalhar com ela, a loirinha não pensou duas vezes e lisonjeada disse que bastaria ele chamar. "Eu amo Meia Noite em Paris", lembrando também de Vicky Cristina Barcelona. Acrescentou também que seria fantástico ser dirigida por David Fincher ou estar em um roteiro de Steven Zaillian (A Lista de Schindler e O Homem que Mudou o Jogo) e de John Logan (Gladiador, A Invenção de Hugo Cabret). Entre os pares, Jack Nicholson é o preferido ("um ator de verdade") e a experiência de trabalhar com ele em Como Você Sabe (2011) foi incrível. Usando algumas vezes a expressão "Oh Gosh" (meu Deus) para responder algo que poderia deixá-la em situação delicada, mostrou desejo de trabalhar com Diane Keaton, Frances McDormand, Holly Hunter, Sean Penn. "Adoraria trabalhar com Sean". Eu sou inspirada pelo trabalhado deles".
"Estou muito feliz com as escolhas que eu fiz"
Papel de mãe
Da série "perguntas indiscretas" (não foram poucas durante a entrevista), sapecaram uma ligada a uma futura gravidez com Jim Toth, com quem se casou em 2010. Simpática e madura, respondeu que não descartava a ideia, que filhos são uma benção na vida e que ela adora ser mãe. "É muito bom para mim". Sobre a rotina longe, às vezes longe, revelou que agora eles têm a vida deles, com escola, amigos e se precisa viajar para trabalhar, o faz por cinco dias e volta correndo, cansada, mas feliz de reencontrá-los. Para finalizar, lembrou que poderia fazer mais filmes por ano, mas faz apenas um. "Eu escolhi ser mãe e estou muito feliz com as escolhas que eu fiz".
Legalmente chata?
Antenada com os últimos lançamentos no cinema, desde os concorrerntes ao Oscar até outros menores que estrearam há pouco tempo, causou espanto quando na maior naturalidade revelou que os filhos não assistem seus filmes. "Uma vez fui colocar "Legalmente Loira" para minha filha assistir e de repente ela estava na cozinha ao meu lado. Quando falei que o filme estava passando, ela disse que era muito chato." Após os risos da plateia, a atriz explicou que uma das razões pode ser o costume deles em ver ela fazendo palhaçadas e vozes diferentes em casa. O mesmo acontece com cartazes enormes com a figura dela estampada pelas cidades, que antes causava estranheza neles.
A internet na vida
Um outra pergunta da série "indiscretas" foi querer saber se ela já tinha promovido algum encontro pela internet. Espantada, mas serena, foi direto ao ponto e fez piada dizendo que não namorou muito: "Eu simplesmente me casei". Com relação aos filhos, tem receio da internet e criou alguns dispositivos para mantê-los seguros no uso do computador. Desligar tudo a noite é uma das maneiras e ver a caixa postal da filhota maior é a outra. "Sem privacidade", brincou.
Segunda vez no Brasil
A atriz falou de sua passagem anterior por São Paulo (para divulgar produtos da Avon), que se divertiu horrores e bebeu muita caipirinha (boa pronúncia). Sobre o Rio de Janeiro, disse sentir-se no céu e ao sair do avião pensou "eu pertenço a este lugar", citando o sol, a praia e frisou a maravilhosa experiência de maneira objetiva: "Eu não costumo dizer isso em todo lugar que eu vou". Concluiu que o Brasil é um mercado em franco crescimento e que acha ótimo a indústria olhar para cá e fazer eles saírem de Hollywood. Além de exaltar as belas paisagens, provocou risadas quando ao comentar sobre a impressionante beleza do povo com um funcionário do hotel imitou a reação dele: "É ... ouvimos isso o tempo todo".
Falando em beleza ...
Como trabalha com dois atores também galãs, perguntaram qual seria a escolha dela na vida real, tendo em vista que seu personagem fica com os dois. Inteligente e boa política, lembrou que são dois caras diferentes e que a escolha seria mesmo dividida. "Tom Hardy tem as tatuagens, é forte e que Chris é alto, lindo e todas as mulheres amam ele". E abrindo o jogo, sacramentou: "Em tempos diferentes da minha vida ficaria com Chris e em outros eu ficaria com Tom."
Viagem a trabalho
Como o filme foi rodado em Vancouver, no Canadá, a "legalmente loira" disse não se importar de filmar longe de casa e que isso é uma tendência, pois segundo ela, quase não se filma mais nos Estados Unidos. Sobre lugares mais distantes como o Brasil, reforçou que adora filmar ao redor do mundo, citando suas passagens por Índia, Londres (duas vezes) e México, entre outros.
Trabalhando com outro galã
Sobre o trabalho com Robert Pattinson em Água para Elefantes, as informações são animadoras para os fãs de carteirinha do galã da saga Crepúsculo. Além de muito bonito, segundo ela, impressionou a disposição para o trabalho, não se opondo de filmar cinco dias em um set e depois correr para outro para refazer cenas da saga. Isso, sem deixar de dar atenção aos fãs, tirando fotos ou dando autógrafos. "É uma cara muito gracioso, é uma pessoa muito humilde. Foi uma ótima experiência, ele é muito profissional. Eu sou uma pequena fã."
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