"A gente já usa inteligência artificial": Após polêmica com Emilia Pérez, executiva explica como Netflix se posiciona sobre uso de IA
Diego Souza Carlos
Apaixonado por cultura pop, latinidades e karê, Diego ama as surpresas de Jordan Peele, Guillermo del Toro e Anna Muylaert. Entusiasta do MCU, se aventura em estudar e falar sobre cinema, TV e games.

Musical estrelado por Karla Sofia Gascón foi criticado por utilizar recurso na voz da artista.

O universo cinéfilo está envolto em efervescentes discussões. Um dos filmes mais citados em diferentes debates é Emilia Pérez, longa mais indicado ao Oscar 2025 - 13 nomeações - que no mercado internacional é distribuído pela Netflix. No Brasil, quem assume a função é a Paris Filmes.

Antes da controvérsia envolvendo tweets problemáticos de Karla Sofia Gascón e a suposta acusação da atriz quanto a idoneidade da equipe de Fernanda Torres na corrida pela estatueta de ouro, outra polêmica coloca a artista nos holofotes.

Uso de IA em Emilia Pérez pode prejudicar o filme no Oscar?

A questão se relacionava com o uso de inteligência artificial na pós-produção do longa-metragem estrelado também por Selena Gomez e Zoe Saldaña. Cyril Holtz, técnico responsável pela mixagem e design de som do projeto, afirmou ter utilizado IA para aumentar o alcance vocal de Gascón a partir de um recurso chamado clonagem de voz.

Como um assunto relativamente novo em toda a indústria de tecnologia e entretenimento, o uso segue discutido por profissionais ao longo dos últimos anos. Inclusive, uma das reivindicações da greve dos atores e roteiristas abordava uma regulamentação para a utilização da ferramenta em produções audiovisuais.

Paris Filmes / Netflix

Durante o evento de novidades da Netflix em 2025, no qual o AdoroCinema esteve presente, a vice-presidente de Conteúdo da Netflix Brasil abordou a questão. "A gente enxerga assim: inteligência artificial faz parte da evolução tecnológica", iniciou Elisabetta Zenatti.

"Nos últimos 100 anos tivemos várias evoluções e o audiovisual se beneficiou de todas elas. A gente já usa na Netflix a inteligência artificial, especialmente para o sistema de recomendação e de descoberta", explicou a executiva. "A gente vai aprimorar isso, mas em termos de conteúdo, a gente precisa dos criadores."

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Já era imaginado que o sistema de algoritmo da plataforma utilizava algum tipo de IA para aprimorar as recomendações aos usuários. De acordo com a diretora, o campo criativo é o foco do serviço de streaming. Todavia, como visto em Emilia Pérez, caso alguma equipe deseje utilizar a ferramenta em suas produções, a empresa parece ser flexível.

No Brasil, Emilia Pérez não chegará na Netflix, mas ao catálogo do Telecine. Antes, a partir de 6 de fevereiro, o filme poderá ser visto nos cinemas.

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