Com seis indicações ao Oscar ao longo da carreira, Tom Hanks é, sem dúvida, um dos atores mais bem-sucedidos de Hollywood. Com mais de 40 anos de estrada, é justo dizer que o eterno Forrest Gump já viu e viveu de tudo ao lado de grandes cineastas. Mas, claro, sempre tem aquela obra que deixa uma marca especial. Esse é o caso de Capitão Phillips, filme de 2013 em que Hanks interpretou Richard Phillips.
Baseado em uma história real, Capitão Phillips narra a jornada de um comandante naval encarregado de levar suprimentos à Somália. Durante o trajeto, ele é alertado sobre a presença de piratas na região. A ameaça logo se concretiza quando dois barcos, com oito somalianos armados, cercam o cargueiro exigindo dinheiro.
Apesar das tentativas de afastá-los, os piratas conseguem invadir o navio. Após negociações iniciais, Phillips é levado como refém em um bote, desencadeando uma tensa operação dos serviços especiais americanos para resgatá-lo antes que seja tarde demais.
As estratégias nos bastidores de Capitão Phillips
Nos bastidores, a produção do filme também foi marcada por uma espécie de "guerra". Tudo começou com a disputa pelos direitos da história de Phillips, que estava escrevendo um livro sobre os acontecimentos que havia acabado de viver.
Scott Rudin, Michael De Luca e Dana Brunetti, produtores atentos aos desdobramentos do caso pela TV, entraram em contato com Phillips logo após sua libertação, superando outros concorrentes, como Michael Shamberg e Stacey Sher (Erin Brockovich), para garantir os direitos. Depois, contrataram Billy Ray (O Preço de uma Verdade) para transformar o material em um roteiro.
Buscando realismo e manter a veracidade dos fatos, a produção decidiu escalar somalis para interpretar os piratas. Meses antes das filmagens, a diretora de elenco Francine Maisler iniciou uma extensa busca por atores na região de Minneapolis, onde há uma grande comunidade de imigrantes do Leste Africano. Foram avaliadas mais de 700 pessoas, entre elas Barkhad Abdi, que descobriu a audição pelo noticiário e acabou conquistando o papel de Muse, o líder somali.
Esperamos 20 anos para ver a melhor minissérie da história: Agora está disponível em 2 serviços de streamingQuando Abdi soube que atuaria ao lado de Tom Hanks, ficou extasiado – ele era fã do ator e adorava Forrest Gump. Mas o tão esperado encontro demorou para acontecer por uma estratégia do diretor Paul Greengrass. Para criar uma tensão genuína na cena principal entre a tripulação de Phillips e os piratas, Greengrass decidiu que o elenco se conheceria apenas durante as gravações.
“Eu estava tão animado para conhecer Tom”, lembra Abdi, cinéfilo de carteirinha para uma entrevista ao The Hollywood Reporter. “Mas, quando chegamos ao set, Paul nos chamou de lado e disse: ‘Vocês só vão ver o Tom na hora da primeira cena em que se encontram no filme.’” Apesar da frustração inicial, Abdi e seus amigos – que também atuaram no filme – reconheceram que a estratégia trouxe autenticidade às cenas.
“Foi uma experiência única filmar aquela primeira tomada”, comentou Hanks.
Era barulhento, assustador e intimidante. Quero dizer, nós parecíamos um grupo de caras brancos, gordos e preguiçosos de meia-idade. E, de repente, aparecem os seres humanos mais magros e assustadores do planeta.
A estratégia deu tão certo que o filme não só entregou uma das cenas mais tensas da produção, como também foi aclamado pela crítica e pelo público. Capitão Phillips recebeu seis indicações ao Oscar de 2014, incluindo Melhor Filme, Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante para Barkhad Abdi.
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