Com A Favorita e Pobres Criaturas, o diretor Yorgos Lanthimos chegou ao mainstream absoluto do arthouse. Neste caso, isso não pretende ser desrespeitoso, porque embora os filmes do grego atraiam agora um grande público e tenham sempre uma (grande) palavra a dizer no Oscar, são caracterizados por uma excentricidade única que é igualmente divertida, irritante e por vezes dolorosa.
Com O Sacrifício do Cervo Sagrado em 2017, Lanthimos entregaria um trabalho muito mais teimoso que as produções mencionadas anteriormente. Você ainda não viu a mistura perturbadora de vingança, suspense psicológico e terror? Pois o longa está disponível para compra e aluguel no Google Play, dentre outros filmes bons para assistir depois.
É disso que se trata O Sacrifício do Cervo Sagrado
O carismático e bem-sucedido cirurgião cardíaco Steven (Colin Farrell) e sua esposa Anna (Nicole Kidman), uma renomada oftalmologista, vivem uma vida aparentemente perfeita com seus filhos Bob (Sunny Suljic) e Kim (Raffey Cassidy). Steven também desenvolveu uma amizade com Martin (Barry Keoghan), de 16 anos.
A vida de Barry Keoghan longe das câmeras: Das tragédias familiares ao nascimento do filho em 2022Depois que seu pai morreu durante uma operação realizada por Steven, ele colocou o menino sob sua proteção. O cirurgião e Martin se veem regularmente, o que leva Steven a conhecer a mãe do adolescente (Alicia Silverstone). Steven logo tem que entender da maneira mais difícil que Martin está realmente interessado apenas em vingança: Martin quer forçá-lo a fazer uma coisa terrível, chantageando-o de uma forma diabólica.
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Mais perturbador do que muitos filmes de terror
Na crítica oficial do AdoroCinema, The Killing of a Sacred Deer, no original, recebeu 4 de 5 estrelas, sob a conclusão: “Vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes, O Sacrifício do Cervo Sagrado é uma obra agoniante. A experiência de assistir é, ao mesmo tempo, convidativa e repelente."
Antes mesmo que você possa ter certeza sobre o rumo da jornada em O Sacrifício do Cervo Sagrado, Lanthimos deixa claro ao público que algo está muito errado aqui. Embora Martin e sua família representem o idílio familiar perfeito, isso já consiste em muitos absurdos sociais no comportamento cotidiano (Martin, por exemplo, conta naturalmente aos colegas de trabalho sobre a menstruação de sua filha). Isso é sublinhado por estranhas composições de imagens e tamanhos de fotos.
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Especialmente em planos gerais, a câmera geralmente fica mais longe da ação do que o costumeiro - isso às vezes cria o efeito de parecer que você não está observando pessoas feitas de carne e osso, mas sim interpretando personagens em uma casa de bonecas (ou sujeitos de pesquisa em uma configuração experimental).
Conheça a trajetória de Yorgos Lanthimos, diretor de Pobres Criaturas e Tipos de GentilezaQuando Martin finalmente desvenda seu plano diabólico, Lanthimos desencadeia um cenário de terror que realmente te irrita. Ninguém é poupado aqui na trama: enquanto os Murphys enfrentam a luta forçada pela sobrevivência com uma impotência entorpecente, a encenação sutil e impiedosa da ameaça fatídica em seus melhores momentos lembra O Iluminado de Stanley Kubrick. A coisa toda acaba se transformando em uma espécie de frenesi do Antigo Testamento, em vez da purificação catártica que a antiga tragédia prevê.
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