John Wayne pode ter ganhado o Oscar de Melhor Ator por seu papel em Bravura Indômita em 1970, mas ele poderia ter conquistado a desejada estatueta 20 anos antes. Em 1949, o diretor Robert Rossen lhe ofereceu o papel principal em um drama de cunho político intitulado A Grande Ilusão (All the King's Men, no original).
No filme, o personagem principal é um político honesto e íntegro, de origem rural, que se torna governador de seu estado ao aceitar compromissos e alianças que o afastam de sua família e de seus antigos companheiros. A trama examina a corrupção que muitas vezes acompanha o poder e que toma conta de um homem a ponto dele abandonar seus princípios em favor de sua ambição e ego.
Para Wayne, o filme de Rossen era “antipatriótico”. Ele rejeitou totalmente o roteiro e, em vez disso, optou pelo filme de guerra As Areias de Iwo Jima, dirigido por Allan Dwan, que era um filme patriótico, destacando os sacrifícios americanos durante a batalha de Iwo Jima na Segunda Guerra Mundial. O papel em A Grande Ilusão ficou com Broderick Crawford.
Uma cerimônia tensa no Oscar
Chegou a hora da cerimônia do Oscar de 1950, e foi aí que Wayne teve uma grande decepção. Indicado para Melhor Ator, ele concorreu com Kirk Douglas em O Campeão, Gregory Peck em Almas em Chamas, Richard Todd em Coração Amargurado... e Broderick Crawford em A Grande Ilusão.
Para a tristeza de Wayne, a estatueta foi para Crawford. Entrevistado pela imprensa após a cerimônia, ele explodiu de raiva.
Citado na Far Out Magazine e recentemente retomado pelo Collider, o ator foi direto:
“Acho que nunca sou escolhido porque o tipo de atuação que faço não é considerado atuação por todos... Eu não teria me importado tanto em perder se outra pessoa tivesse vencido. [A Grande Ilusão] mancha a máquina do governo sem nenhum propósito de humor ou esclarecimento... degrada todos os relacionamentos... e joga ácido no estilo de vida americano.”
Na época, Wayne estava filmando papéis principais desde 1930, quase vinte anos, e As Areias de Iwo Jima foi sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Ator. Ele foi indicado novamente em 1961, como produtor, pelo faroeste O Álamo, que também dirigiu e estrelou, e em 1970 por Bravura Indômita, que finalmente lhe rendeu, aos 63 anos de idade, o prêmio que desejou durante toda a vida.
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