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    A escritora espanhola que acusou Walt Disney de plágio: Ela enviou sua história e, 4 anos depois, o estúdio lançou um filme supostamente idêntico
    Giovanni Rodrigues
    Giovanni Rodrigues
    -Redação
    Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

    A autora afirmou que a única coisa que mudou foi a espécie de um de seus personagens. Hoje, o filme é um dos grandes clássicos da Casa do Mickey Mouse.

    Na lista de mulheres na sombra da Idade de Prata das letras espanholas está María Lejárraga. Nascida em San Millán de la Cogolla (La Rioja) em 1874, destacou-se em muitas áreas além da literatura: estudou Comércio, foi professora de inglês e viajou para a Bélgica graças a uma bolsa.

    À frente de seu tempo, foi romancista, ensaísta, dramaturga e tradutora. Criações suas como El amor brujo e Canción de cuna, no entanto, foram publicadas com o nome de seu marido Gregorio Martínez Sierra, que também chegou a proferir discursos feministas escritos por ela. Sua obra chegou até às mãos de Walt Disney, mas a experiência com o empresário e animador foi uma decepção.

    Em 1951, Lejárraga enviou um manuscrito de seu conto Merlín y Viviana para Disney. A história segue um cão que se apaixona por uma gata coquete. A autora compartilhou esse relato com o animador caso ele estivesse interessado em fazer um filme, mas Disney o devolveu meses depois. Passaram-se quatro anos e em 1955 estreou A Dama e o Vagabundo. Lejárraga viu no filme uma história idêntica à sua.

    A escritora enviou uma carta à sua tradutora Collice Portnoff na qual falou sobre o que havia acontecido. "Nós a enviamos a Walt Disney, ele a manteve por alguns meses e a devolveu dizendo que só aceitavam obras que haviam encomendado", afirmou.

    Como acrescentou:

    Depois, ele fez um filme, A Dama e o Vagabundo, que era a mesma história, sem mais mudanças além de ter transformado a gata em uma cadela elegante. Desta vez não quis protestar, para quê?

    Juan Aguilera e Isabel Lizarraga, especialistas da Idade de Prata que participaram do livro que reúne os contos de Lejárraga Viajes de una gota de agua, não encontraram tantas semelhanças quanto a autora. Como ambos contaram ao El País em 2018, "as semelhanças são escassas" e, além disso, o projeto da Disney começou a ser desenvolvido antes que a escritora compartilhasse seu conto com eles.

    Um clássico da Disney

    Walt Disney Pictures

    A Dama e o Vagabundo é, atualmente, um dos grandes clássicos da Disney. O filme segue a história de amor de uma cocker spaniel que é mascote de uma família humana e um cão de rua. O filme recebeu o mesmo tratamento que os demais clássicos de animação do estúdio: em 2020, sua versão em live-action estreou no Disney+.

    Lejárraga morreu no exílio em Buenos Aires (Argentina) em 1974. Antes, publicou o livro de memórias Gregorio y yo, medio siglo de colaboración, no qual revelou a verdade sobre suas obras e seu marido.

    A Dama e o Vagabundo
    A Dama e o Vagabundo
    Data de lançamento 24 de junho de 1955 | 1h 15min
    Criador(es): Hamilton Luske, Clyde Geronimi, Wilfred Jackson
    Com Aloysio de Oliveira, Larry Roberts, Selma Lopes, Barbara Luddy, Sônia Barreto
    Usuários
    4,5
    Assista agora no Disney +

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