Dirigido por Robert Zemeckis e estrelado por Michael J. Fox e Christopher Lloyd, o filme De Volta para o Futuro, de 1985, levou os espectadores a uma emocionante viagem no tempo, combinando ficção científica, humor e um grande senso de aventura. O sucesso foi tão grande que rapidamente se tornou uma trilogia, com a segunda parte, De Volta para o Futuro 2 (1989), cativando o público com sua visão futurista de 2015.
Embora muitas das previsões tecnológicas do filme tenham se concretizado, uma delas em particular se destacou por sua crítica espirituosa à indústria cinematográfica. Em De Volta para o Futuro 2, Marty McFly viaja para o futuro e se encontra no ano de 2015 repleto de avanços incríveis, como chamadas de vídeo, TVs de tela plana e óculos inteligentes.
No entanto, uma das cenas mais memoráveis ocorre quando Marty encontra um holograma gigante de um tubarão, promovendo o filme fictício Jaws 19/Tubarão 19. Esse momento, embora bem-humorado, escondeu uma crítica contundente à tendência crescente de Hollywood de produzir sequências intermináveis.
Como De Volta para o Futuro 2 questionou o crescimento das franquias de filmes?
O fato de Jaws 19 ter sido dirigido por um suposto Max Spielberg é uma referência direta ao famoso diretor Steven Spielberg, amigo de Zemeckis. Em 1987, dois anos antes do lançamento de De Volta para o Futuro 2, a saga Tubarão havia lançado seu quarto filme, o que já sugeria uma saturação de franquias na indústria. A piada sobre Jaws 19 não era apenas uma sátira, mas também um alerta do que estava por vir no cinema nas décadas seguintes: sequências intermináveis.
Durante a década de 1980, o setor cinematográfico começou a explorar cada vez mais as franquias, lançando vários episódios de sagas como Superman e A Hora do Pesadelo. Entretanto, essa estratégia comercial, embora lucrativa, muitas vezes resultou em um declínio na qualidade dos filmes. Títulos como Superman 4: Em Busca da Paz ou Sexta-Feira 13 - Parte 7: A Matança Continua são exemplos claros de como essas sequências, às vezes, pareciam ter mais motivação comercial do que qualidade narrativa.
Atualmente, o fenômeno das sequências e franquias se intensificou ainda mais. Exemplos contemporâneos, como Velozes e Furiosos, com mais de dez filmes, ou Jogos Mortais, que acumula uma dúzia de parcelas, mostram como Hollywood abraçou completamente a produção em massa de franquias. Além disso, o renascimento de sagas clássicas com sequências tardias, como Alien: Romulus, mostra que o setor ainda está comprometido em reviver histórias passadas.
Somando-se a essa tendência estão os universos cinematográficos, em que os filmes são interconectados em uma única narrativa. O Universo Cinematográfico da Marvel, lançado em 2008 com Homem de Ferro, é o caso mais representativo, com mais de 30 filmes e séries. Esse modelo redefiniu a maneira como o público consome cinema, forçando os espectadores a investir tempo e esforço para seguir o fio condutor de um universo em constante expansão.
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