Nenhuma sequência na Disney! Essa foi a regra que vigorou durante anos dentro do estúdio por instigação de Walt Disney. Mas por quê?
Em 1933, o produtor supervisionou o curta-metragem Os Três Porquinhos, parte da coleção de prestígio intitulada Silly Symphonies. O filme foi um sucesso, e a música “Quem Tem Medo do Lobo Mau?” tornou-se um símbolo de otimismo e entrou na vida cotidiana dos americanos durante o período da Grande Depressão.
Toda a equipe por trás do curta esperava que Walt Disney, o chefe criativo do estúdio, encomendasse uma sequência. Mas aconteceu o contrário.
“Não se pode superar porcos com porcos”
Segundo uma lenda persistente citada na biografia Walt Disney: O Triunfo da Imaginação Americana, de Neal Gabler, diante da insistência dos animadores em escrever uma continuação das aventuras de Os Três Porquinhos, Walt declarou: “you can't top pigs with pigs” (“não se pode superar porcos com porcos”), uma metáfora que significa: “você não pode fazer melhor fazendo a mesma coisa novamente”.
Durante a vida do produtor, nenhum longa ou curta-metragem da Disney teve um “nº 2”, uma sequência oficial baseada nos eventos de um filme anterior. É claro que os muitos curtas do Mickey ou do Donald poderiam ser comparados a uma saga, como Mickey e a Foca e The Simple Things, mas na verdade as histórias nunca se sucediam e o Mickey de um curta era, às vezes, diferente em termos de personagem de um Mickey anterior.
E não estamos falando apenas de animações. No que diz respeito aos longas-metragens em live-action, durante a vida de Walt Disney, nenhum filme foi transformado em sequência, apesar de seu sucesso: nenhum Mary Poppins 2, nenhum Um Amor de Companheiro 2 ou mesmo A Ilha do Tesouro 2.
Então, quando isso começou?
Walt Disney morreu em dezembro de 1966, seguido por seu irmão Roy em 1971. A empresa passou a ser dirigida por Donn Tatum (CEO) e Card Walker (presidente), e este último revisou a política de sequências até então vigente no estúdio.
Em termos de filmes, Os Invencíveis Invisíveis (1972), estrelado por Kurt Russell, pode ser considerado a primeira sequência. Ele apresentou Dexter Riley, um personagem já conhecido do público em O Computador de Tênis (1969), novamente interpretado por Russell.
Na animação, a regra permaneceu em vigor por duas décadas até que Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus (1991), a sequência de Bernardo e Bianca, lançado em 1977, fosse finalmente lançado.
Apesar de um período irregular durante o qual a Disney delegou a um estúdio externo várias sequências de seus clássicos, destinadas exclusivamente ao mercado de vídeo, o princípio de não fazer sequências para o cinema continuou em vigor.
2019, o ponto de virada
Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus permaneceu como um caso isolado até 2019, quando o estúdio lançou WiFi Ralph: Quebrando a Internet e Frozen 2. Desde então, a Disney abandonou de vez o princípio do falecido Walt, já que Moana 2, Zootopia 2 e Frozen 3 também foram anunciados.
*Fique por dentro das novidades dos filmes e séries e receba oportunidades exclusivas. Ouça OdeioCinema no Spotify ou em sua plataforma de áudio favorita, participe do nosso Canal no WhatsApp e seja um Adorer de Carteirinha!