Para assistir hoje: Um filme histórico épico de Steven Spielberg, que contém dois dos momentos mais difíceis de sua carreira

É um dos filmes menos conhecidos do cineasta, mas vale a pena apenas por duas sequências.

Os anos 90 marcaram o auge da popularidade do diretor Steven Spielberg, que produziu o que chegou a ser o filme de maior sucesso de todos os tempos (até então) com Jurassic Park – Parque dos Dinossauros e ganhou seu primeiro Oscar com A Lista de Schindler. Entre esses dois e O Resgate do Soldado Ryan, no entanto, apareceu um longa que raramente é lembrado. O drama histórico Amistad (1997) recebeu críticas positivas, conta com uma série de estrelas e estreantes da época e ainda permanece na sombra das demais obras.

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“Minhas sequências não são tão boas quanto meus originais”: Steven Spielberg está insatisfeito com este blockbuster de 600 milhões de dólares

O drama histórico é sobre a revolta em um navio negreiro

Cerca de 150 atores fizeram o teste para o papel principal, incluindo Will Smith, conforme noticiaram os jornais da época. No final, Spielberg escolheu um suposto desconhecido. Djimon Hounsou (Shazam!), nascido no que hoje é o Benin (país na África Ocidental), assumiu o papel de Cinqué, que foi transportado em um navio negreiro espanhol em condições desumanas em 1839. Juntamente com seus companheiros de prisão, Cinqué domina a tripulação, porém, mais tarde, é preso por marinheiros americanos.

O julgamento então ocorre nos Estados Unidos. Embora o comércio de escravos no Atlântico tenha sido proibido, a posse de escravos ainda é permitida em partes dos Estados Unidos. Roger Baldwin (Matthew McConaughey) aparece como advogado de defesa. Enquanto isso, o presidente dos EUA, Martin Van Buren (Nigel Hawthorne), pressiona por uma condenação para evitar um incidente diplomático.

Amistad não é um grande clássico de Spielberg, mas duas sequências se destacam

Por longos períodos, Amistad é um drama convencional de tribunal, aprimorado com participações especiais do digno Anthony Hopkins como o ex-presidente John Quincy Adams. No cânone de Spielberg, a adaptação cinematográfica de uma história real não se destaca, apesar de seu tema de peso e elenco de primeira classe. O filme é definitivamente sólido.

Amistad ainda oferece ótimos momentos de Steven Spielberg e destacam-se (pelo menos) dois deles. Por um lado, há o começo. Nos primeiros minutos, Cinqué desencadeia o motim no navio na escuridão da noite chuvosa, iluminada apenas por ocasionais relâmpagos (violentos). É uma libertação brutal e quase mítica das pessoas escravizadas a bordo e uma das sequências mais difíceis da obra de Spielberg.

Steven Spielberg filmou essa sequência de guerra de forma tão realista que foi necessário criar uma linha de apoio para veteranos de guerra

Quando se trata de terror, ele vai ainda melhor mais tarde, quando Cinqué descreve no tribunal a chamada Passagem Média, ou seja, o caminho para a escravização e a viagem forçada da África para a América. Imagens de desespero e brutalidade inimagináveis se sucedem nesses minutos e são veiculadas por Djimon Hounsou como narrador e testemunha. Amistad marcou, com razão, o verdadeiro início de sua carreira em Hollywood, que o levaria à Gladiador e Diamante de Sangue à Marvel e DC.

Amistad

Data de lançamento 20 de fevereiro de 1998 | 2h 28min

Criador(es): Steven Spielberg

Com Djimon Hounsou, Morgan Freeman, David Paymer

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4,2

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