Ele se aproximou do modelo em seu último filme até o momento, Assassinos da Lua das Flores, mas Martin Scorsese ainda não fez um faroeste puro. No entanto, o gênero essencialmente americano teve uma enorme influência sobre ele: Scorsese literalmente entra em êxtase quando se trata de uma obra-prima com John Wayne que o “influenciou enormemente” e outros diretores como Steven Spielberg.
E Rastros de Ódio não é de forma alguma o único faroeste que Scorsese admira: sua (longa) lista de seus filmes favoritos também inclui clássicos como Era uma Vez no Oeste, Duelo ao Sol, Johnny Guitar e Pistoleiros do Entardecer - tal como um longa que ainda hoje é esquecido, embora seja o único trabalho de direção de uma das maiores lendas da atuação: Marlon Brando.
"Uma grande influência para todos nós": Esta obra-prima do faroeste marcou a vida de até mesmo Martin ScorseseEstamos falando de A Face Oculta, que o duas vezes vencedor do Oscar (Sindicato de Ladrões, O Poderoso Chefão) levou aos cinemas em 1961. O próprio Brando interpreta o bandido Rio, que é abandonado por seu cúmplice, Longworth (Karl Malden) após um assalto a banco. Ele foi colocado atrás das grades até conseguir escapar depois de cinco anos. No entanto, seu único objetivo - vingar-se de Longworth - é dificultado pelo fato de seu ex-parceiro ser agora xerife em Monterey, Califórnia.
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Como costuma acontecer quando Marlon Brando, notoriamente temperamental, está envolvido em um projeto, as coisas não correram bem com One-Eyed Jacks, no original. Ele só conseguiu o cargo de diretor porque teve um desentendimento com Stanley Kubrick, que originalmente deveria dirigir o faroeste. Um grande número de versões do roteiro teve que ser rejeitado até que o final estivesse pronto - e os produtores foram forçados a encurtar o corte de três horas preferido de Brando em cerca de 60 minutos.
A Face Oculta não foi bem recebido nas bilheterias. Porém, a maioria dos críticos ficou impressionada com a obra, cujo cinegrafista Charles Lang foi indicado ao Oscar. E Martin Scorsese também é um dos grandes fãs do filme. Por meio de sua fundação cinematográfica, ele organizou uma extensa restauração da obra, que descreveu em uma exibição no Festival de Cinema de Nova York como “diferente [...] de todos os outros faroestes”.
“É visualmente impressionante o que ele fez”, continuou Scorsese (via Taste of Cinema). “A intensidade e a energia dos atores simplesmente explodem em todas as bordas da tela. Foi uma espécie de cruzamento entre o estilo antigo de produção e os novos estilos que surgiram nos anos 60.”
Aliás, Scorsese está igualmente impressionado com um filme de terror dos anos 90 que é quase completamente desconhecido no Brasil.
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