Embora seja hoje um dos cineastas mais relevantes de sua geração, houve um tempo em que Matt Reeves não era responsável por grandes sagas, mas sim por produções menores que tinham muito a arriscar - e também muito a perder.
O projeto que colocou o diretor de The Batman no mapa foi um que veio em colaboração com J.J. Abrams: Cloverfield - Monstro, um filme cuja estreia foi precedida por teasers enigmáticos e sites misteriosos.
Mesmo com toda a expectativa, Cloverfield conseguiu surpreender. Filmado em primeira pessoa no estilo clássico de found footage, a aparência austera escondeu um dos filmes de monstro mais envolventes já filmados. Um que coloca o espectador no nível da rua e que lhe permitisse simpatizar mais do que nunca com a catástrofe.
Paramount Pictures
Atualmente, o filme é exibição obrigatória no catálogo da Netflix, e ele até tem continuações - mas elas demoraram a chegar. Tivemos que esperar 8 anos para ver algo novo daquele mundo, com Rua Cloverfield, 10 optando por um estilo minimalista e claustrofóbico completamente diferente. A terceira parcela da saga foi outra jogada de marketing inteligente, mas acabou fracassando.
A verdade é que a fórmula do primeiro Cloverfield tem algo de irreplicável. A expectativa, a adrenalina de descobrir aos poucos a premissa, a trama fantástica e os personagens: Reeves deslumbrou o público com um filme que nem ele próprio acreditava que poderia funcionar, já que não havia sequer um roteiro.
Refletindo sobre seu legado em uma entrevista ao ScreenRant, ele disse: "Honestamente, nem imaginava que iria funcionar. [...] Eu senti que estava andando na corda bamba e fui jogado nessa loucura tipo, 'Bem, não temos ideia se podemos fazer esse filme ou se alguém vai querer ver isso'."
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