Quentin Tarantino é um dos diretores mais influentes na história do cinema moderno. O diretor segue à risca sua regra de dirigir apenas dez filmes ao longo de sua carreira, então ele tem que ter muito claro do que gosta e do que não gosta ao consumir e criar cinema. Ele não tem nenhum problema em confessar quais são seus diretores favoritos, mas também não hesita em admitir quais cineastas não são do seu agrado. Há um em particular que ele não tem nenhum carinho, chegando a afirmar que "matava indígenas como se fossem zumbis".
Este ator, diretor e produtor não é outro senão John Ford, o mesmo que, além disso, inspirou uma das melhores cenas de Django Livre. No filme O Nascimento de uma Nação, Ford interpreta um dos membros da Ku Klux Klan, especificamente o único que é visto segurando o capuz junto a uma árvore porque não consegue ver pelos pequenos buracos nele.
A Band Apart / Columbia Pictures
Esta pequena anedota inspirou a cena em que uma versão primitiva do Ku Klux Klan cavalga contra Django (Jamie Foxx) e o Dr. King Schultz (Christoph Waltz) para se vingar de dois assassinatos. Nela, o grupo liderado por Don Johnson e Jonah Hill não é capaz de cumprir sua missão porque não conseguem ver através de seus capuzes, lembra? "Quem fez essa merda de sacos?", "Se eu galopo, o saco balança para todos os lados e não vejo nada" e "Bem, que se f*dam, eu vou para casa", são apenas alguns dos gritos que podem ser ouvidos no meio da hilária discussão que Tarantino introduz no filme.
Inspiração irônica ou não, Tarantino não suporta Ford e é capaz de confessá-lo abertamente em uma entrevista com Henry Louis Gates Jr: "Sim, na verdade é engraçado. Um dos meus heróis do Velho Oeste não é John Ford, obviamente. Para não dizer outra coisa, eu o odeio. Ele matava indígenas como se fossem zumbis".
Realmente são pessoas como ele que mantêm viva essa ideia da humanidade anglo-saxônica comparada com a humanidade de todos os demais, e a ideia de que isso é uma porcaria é uma ideia muito nova em termos relativos. E pode-se ver no cinema nos anos 30 e 40, ainda está lá, e mesmo nos anos 50
Os 10 filmes de faroeste favoritos de Quentin Tarantino
Embora Ford e sua obra não sejam do agrado de Tarantino, o diretor é um grande fã dos filmes de faroeste e demonstrou isso publicando seu top 10 dentro deste gênero: "Em primeiro lugar, a trilogia de Sergio Leone, especialmente Três Homens em Conflito, meu filme favorito e a maior realização da história do cinema". Em quarto lugar, encontramos I Giorni dell'ira, estrelado por Lee Van Cleef, um de seus atores favoritos e a quem dedicou Kill Bill - Vol. 2.
Em quinto lugar, um filme que Tarantino considera "subestimado" e que é estrelado e dirigido por Marlon Brando, A Face Oculta. Os dois seguintes na lista são Navajo Joe e Os Cruéis de Sergio Corbucci, o primeiro deles é, para o diretor, "um dos melhores filmes de vingança e tem uma das trilhas sonoras mais memoráveis de Morricone".
Winchester '73 de Anthony Mann, Pequeno Grande Homem de Arthur Penn e Dança com Lobos de Kevin Costner são os merecedores dos últimos lugares dos melhores filmes de faroeste de Tarantino. De fato, o diretor de Cães de Aluguel não hesita em afirmar que Dança com Lobos é "o melhor faroeste feito nos últimos 30 anos".
*Conteúdo Global do AdoroCinema
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