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    Cuidado ao assinar um streaming: A defesa surreal da Disney contra o processo pela morte de uma mulher em um de seus parques
    Rafael Felizardo
    Rafael Felizardo
    -Redator | Crítico
    Sonhador desde pequeno e apaixonado por cinema de A a Z, encontrou em David Lynch um modo de sonhar acordado.

    Já leu os termos de uso de seus serviços hoje?

    Walt Disney Parks and Resorts

    Em outubro de 2023, a médica Kanokporn Tangsuan faleceu após consumir, em um restaurante da Disney World, um alimento que continha nozes e laticínios. Tangsuan possuía uma alergia grave a tais tipos de alimentos. Segundo Jeffrey J. Piccolo, o marido da vítima, ela sinalizou - mais de uma vez - a alergia a um dos garçons do local, que lhe garantiu que a refeição não continha os alérgenos.

    Após o óbito, o viúvo moveu uma ação contra a Disney, apresentando uma queixa ao qual acusa a companhia de negligência. 50 mil dólares foram pedidos de indenização, entre alegações de danos, sofrimento e despesas funerárias.

    Recentemente, o caso ganhou um importante capítulo, quando divulgado que a Disney buscava que o processo fosse arquivado e resolvido por meio de arbitragem individual. O maior argumento da empresa é que Piccolo aceitou os termos de contrato quando se inscreveu para um teste gratuito do serviço de streaming Disney+, onde há uma cláusula que diz que qualquer disputa entre o usuário e a companhia, exceto causas de pequeno valor, “está sujeita a renúncia à ação coletiva e deverá ser resolvida por meio de arbitragem vinculativa individual”.

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    Advogados da Disney ainda alegam que os usuários têm que selecionar caixas de seleção para os termos de uso, aceitando as exigências. Os assinantes não podem clicar em "Concordo e Continuar" se as caixas não estiverem marcadas, diz o processo.

    Os advogados do rapaz descrevem o raciocínio da Disney como absurdo e acrescentam que seu cliente se registrou no Disney+ a partir de um PlayStation, cancelando a assinatura ainda durante o teste gratuito.

    "Simplesmente não há nenhuma leitura do Contrato de Assinatura do Disney+ que apoie a noção de que o Sr. Piccolo concordou em arbitrar reivindicações decorrentes de ferimentos sofridos por sua esposa em um restaurante localizado em instalações de propriedade de um parque temático ou resort da Disney, o que acabou levando à morte dela", colocam os representantes do viúvo.

    Eles também afirmam que a "noção de que os termos acordados por um consumidor ao criar uma conta de teste gratuita do Disney+ impediriam para sempre o direito desse consumidor a um julgamento por júri em qualquer disputa é absurdamente irracional e injusta".

    Um relatório de autópsia do legista citado na queixa diz que Tangsuan morreu de anafilaxia e tinha níveis elevados de nozes e laticínios em seu sistema. Com o caso ainda em andamento, a Disney está sendo acusada de homicídio culposo - quando praticado sem a intenção mas com negligência.

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