Nas telas, Clint Eastwood tende a compensar com uma atitude poderosa o que seu alcance de atuação não poderia oferecer. É por isso que em muitas ocasiões ele foi astuto e não participou como ator nos filmes que dirigiu, reservando esse poder para projetos muito específicos.
Um deles seria aquele que muitos consideram seu último grande clássico: Gran Torino. O thriller dirigido e estrelado por ele continua a ser um tiro de canhão de atitude do qual o público parece não se cansar. Na trama, Walt Kowalski, personagem de Eastwood, é um mecânico aposentado e mal humorado que, após a morte de sua esposa, vive ressentido e triste.
Seu dia a dia consiste em fazer pequenos reparos domésticos, beber cerveja na varanda de sua casa e suas únicas relações sociais são aquelas que mantêm quando vai ao barbeiro uma vez por mês. Quando uma família Hmong se muda para a casa vizinha, o ranzinza veterano de Guerra da Coreia não fica feliz com isso.
Uma noite, Tao (Bee Vang), o mais novo dos irmãos Hmong, tenta roubar o Gran Torino 1972 de Walt, mas acaba sendo impedido por ele. A mãe do jovem insiste para que Tao pague sua dívida ajudando Walt nas tarefas de casa, e a partir daí nasce entre os dois uma relação muito especial que mudará suas vidas para sempre.
Gran Torino: o último vigilante
Warner Bros.
Eastwood ficou fascinado pela história do personagem que precisa aprender a se adaptar a um novo ambiente, novos costumes e lidar com seus preconceitos. Para interpretar Walt, o ator pegou muitas dicas de filmes de vigilantes, alguns dos quais ele mesmo estrelou durante os anos setenta, e aplicou-as em seus filmes maduros e cada vez mais sensíveis.
Clint Eastwood só estrelou este faroeste porque outro ícone do gênero recusou o papelÉ por isso que muitos ainda admiram a grosseria que Eastwood consegue capturar na história, mas é a experiência completa que a tornou um clássico. Em críticas compartilhadas por usuários do AdoroCinema, um deles pontuou: “Clint Eastwood foi sensacional, realmente uma atuação de gala, sofrido, raivoso, rancoroso, companheiro, apreensivo, o personagem em si, Walt Kowalski, é ótimo. Uma interpretação como esta jamais poderá ser esquecida”.
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