Após o sucesso de A Força em Alerta, com Steven Seagal, o diretor Andrew Davis se viu filmando O Fugitivo com Harrison Ford e Tommy Lee Jones, a adaptação cinematográfica da série de sucesso de mesmo nome. A data de lançamento foi marcada para agosto de 1993, e as filmagens começaram em 4 de janeiro: Davis tinha sete meses para concluir o projeto, que ainda nem havia terminado de ser escrito!
A pressão era terrível, e Tommy Lee Jones não foi a última pessoa a causar atrasos. A revista Technikart conversou com Andrew Davis que, 30 anos depois, não tem as melhores lembranças do ator:
"Estávamos na prefeitura e Harrison deveria atravessar as portas de vidro, perseguido por Tommy Lee Jones, que deveria atirar nele. De repente, Tommy explodiu e disse que um US Marshal não sacaria sua arma daquela maneira, especialmente (...) [colocando] em risco todos esses civis ao seu redor".
O ator deixou o set e se trancou em seu camarim. Foi necessária a visita do roteirista do filme, Jeb Stewart, para convencê-lo: "Você não quer atirar em Harrison, mas na cena anterior o público o viu atirar em um homem negro durante uma situação de reféns. E agora não vai atirar em um médico branco e rico que está tentando fugir?".
Tommy Lee Jones também precisou de um puxão de orelha para dizer uma das falas mais cultuadas do filme: quando o personagem de Harrison Ford declara "Eu não matei minha esposa" e o Marshal responde "Eu não me importo". Mais uma vez, foi Jeb Stuart quem o convenceu a tentar. Uma tomada foi cancelada e essa é a que aparece no corte final.
Davis não guardou rancor do ator, que ironicamente acabou ganhando o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, a única estatueta conquistada pelo filme, que milagrosamente conseguiu ser lançado a tempo. Davis ainda se pergunta até hoje no Technikart: "Como conseguimos fazer isso?".
Muitas falas foram improvisadas no set, O Fugitivo foi parcialmente escrito e revisado dia após dia, e Richard Jordan, que interpretou o vilão, foi diagnosticado com um tumor cerebral durante as filmagens. Ele foi substituído às pressas por Jeroen Krabbé, que reescreveu todas as cenas já concluídas do personagem. Jordan morreu três meses após o lançamento do filme, em 30 de agosto de 1993.
O Fugitivo foi editado em sete semanas por uma equipe de seis editores - um recorde para a época -, mas os prazos foram cumpridos e o resultado final foi bem recebido pela imprensa e pelo público. O filme arrecadou 183,8 milhões de dólares nas bilheterias americanas. Nada mal para uma produção tão caótica!
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