Sem sombra de dúvida, Steven Spielberg é uma das maiores personalidades da história do cinema. Responsável por obras como O Resgate do Soldado Ryan, Jurassic Park, E.T. - O Extraterrestre e mais, o diretor marcou com méritos seu nome no audiovisual - mas isso não o impede de precisar lidar com críticas.
Durante uma entrevista passada para o The Hollywood Reporter, Michael Haneke, cineasta de Violência Gratuita, Amor (vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro) e outros, repreendeu o trabalho realizado por Spielberg em A Lista de Schindler (1993) - um filme que trata dos horrores sofridos pelos judeus durante a ascensão do nazismo na Europa. Segundo ele, Spielberg falhou na forma como tratou o delicado tema, dando como exemplo uma forte cena existente na trama.
“A ideia de criar entretenimento a partir disso […] A mera ideia de tentar tirar e criar tensão a partir da questão de saber se sairá gás ou água do chuveiro, para mim, é indescritível”, colocou Haneke.
Ele ainda acrescenta em outra entrevista - agora, à Time Out:
“Só se pode fazer algo assim com um público ingênuo como é o caso dos Estados Unidos. Não é um uso apropriado do tema. Spielberg tinha boas intenções - mas foi estúpido.”
“Conquistei o direito de fracassar comercialmente”: Com uma carreira de sucesso, Steven Spielberg reivindica seus três maiores fracassosO QUE ACONTECE NA CENA EM QUESTÃO?
Para quem não assistiu ao longa-metragem, no take em questão, chuveiros são mostrados, deixando o público - e os personagens - angustiado com a possibilidade de cair gás letal sobre pessoas apertadas em uma sala. A crítica de Haneke é que Spielberg transforma um evento real e desesperador em um espetáculo, manipulando o espectador apenas para posteriormente sair água do encanamento.
"Eu acho que é absolutamente nojento mostrar isso. Não se deve mostrar essas coisas", pontuou Haneke.
Durante uma conversa com a NBC, Spielberg chegou a se defender:
“História é história. E eu senti que se eu fosse fazer uma história que representasse os sobreviventes e representasse os seis milhões que foram assassinados, então eu teria que estar o mais próximo possível da realidade das pessoas que entrevistamos e que nos contaram como foi para elas.”
De acordo com Haneke, Spielberg mandou duas garrafas de champanhe, caviar e um cartão como forma de pedir desculpas após a crítica.
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