Em quatro anos, o Oscar completará 100 anos de existência. Para acompanhar as importantes mudanças da indústria da sétima arte e, naturalmente, da sociedade, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas tem almejado mudar alguns pilares da premiação para continuar relevante e atender novas demandas.
Em entrevista à Variety, Bill Kramer, CEO da organização responsável pela honraria, apontou alguns direcionamentos sobre o futuro deste símbolo do cinema hollywoodiano.
“A Academia está situada em dois mundos: a indústria cinematográfica e o setor artístico e cultural sem fins lucrativos”, diz Kramer. “E ambos estão passando por mudanças radicais em seus modelos de negócios neste momento. Precisamos diversificar o nosso apoio para garantir que prosperemos no próximo século.”
De graça no streaming: Tão boa quanto Divertida Mente, a animação brasileira que disputou o Oscar com o filme da Pixar é imperdívelEsse desejo por mudança não surge apenas de uma vontade genuína em acompanhar tendências, mas também para reverter os baixos números do Oscar ao longo dos últimos anos. A pandemia e a greve dupla de atores e roteiristas foram alguns fatores decisivos para essa queda, mas não os únicos responsáveis.
Na última década, a Academia foi o centro de discussões importantes para a sociedade, porém não sob um viés positivo, desde o #Envelopegate, momento em que La La Land foi anunciado como Melhor Filme no lugar de Moonlight, o real vencedor, até o #OscarsSoWhite, uma discussão sobre a falta de diversidade na premiação e, consequentemente, em toda a indústria.
Nesse sentido, a Academia tem se movimentado para evitar que esses estigmas permaneçam relacionados à premiação. Um exemplo disso são os novos critérios para elegibilidade de filmes nas categorias principais, que agora necessitam de diversidade entre os integrantes que compõem tanto a equipe técnica quanto os astros que vemos nas telonas.
"Assim como a Academia, os estúdios estão mais focados na diversidade do que há uma década. Nossos padrões de inclusão, que entraram recentemente em vigor, foram bem-sucedidos. Procuramos continuamente maneiras de refiná-los", explicou.
"A Academia, sendo altamente visível na indústria, pode ajudar a conduzir essas conversas. Trabalhamos com nossos membros para garantir que assistam aos filmes com a mente aberta, considerando a excelência em raça, etnia e gênero. A diversificação e a globalização dos nossos membros alinham-se com a forma como o mundo está a evoluir, mantendo a Academia relevante e ligada a uma indústria global", acrescentou ele.
Animações na corrida do Oscar 2024: Em temporada recheada de sucessos, quem ganha é o públicoPara o futuro da premiação, rumo à 100ª edição do Oscar, o CEO revelou que estão estudando transformar as categorias de atuação seguindo os passos de eventos, como Spirit Awards e o Gotham Awards, com prêmios com gênero neutro.
"Estamos explorando esse tema com nossos comitês de premiação, associação, equidade e inclusão e, em breve, com nosso Conselho de Governadores. Está na fase inicial de exploração e é uma das muitas conversas sobre o futuro dos prêmios e do Oscar. Ainda estamos investigando como isso poderia acontecer", concluiu.
A próxima cerimônia do Oscar acontece em 2 de março de 2025, mesmo fim de semana do Carnaval no Brasil.
*Fique por dentro das novidades dos filmes e séries e receba oportunidades exclusivas. Ouça OdeioCinema no Spotify ou em sua plataforma de áudio favorita, participe do nosso Canal no WhatsApp e seja um Adorer de Carteirinha!