O detetive afro-americano Ron Stallworth tenta se infiltrar na Ku Klux Klan. E, apesar de ser negro, ele consegue. Essa é a premissa de Infiltrado na Klan, longa-metragem do diretor Spike Lee que se passa nos anos 1970, década em que os Estados Unidos viviam um período de agitação social e luta pelos direitos civis. Considerado o melhor filme do diretor, foi indicado a seis Oscars, quatro Globos de Ouro, cinco BAFTAs e ganhou o Grande Prêmio do Júri no 71º Festival de Cannes em 2018.
Seu elenco e sua equipe espetaculares conseguiram atrair os holofotes na lista de indicados da 91ª edição do Oscar. Infiltrado na Klan conseguiu levar para casa a estatueta dourada de Melhor Roteiro Adaptado, escrito por Charlie Wachtel, David Rabinowitz, Kevin Willmott e pelo próprio Lee. "Seria um erro olhar para esse filme e pensar que estamos falando apenas dos Estados Unidos. Esse é um movimento [antirracista] em nível mundial", diz ele durante uma conversa com Alejandro G. Calvo, diretor e crítico da SensaCine, na turnê promocional do filme.
Essa história real também foi reconhecida nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora e, como se não bastasse, colocou Adam Driver no centro das atenções na corrida de Melhor Ator Coadjuvante. No final, os prêmios foram para outros títulos, como Green Book, Roma, Bohemian Rhapsody e Pantera Negra, da Marvel Studios.
O filme também não passou despercebido aos olhos dos críticos e espectadores. O filme tem uma pontuação quase perfeita no Rotten Tomatoes: 96% dos críticos e 4/5 estrelas do público. Ele está na lista de filmes favoritos do diretor Martin Scorsese.
Um discurso realmente poderoso
O filme antirracista foi lançado quando Donald Trump estava no cargo de presidente dos Estados Unidos da América e Lee sempre foi totalmente contra tudo o que ele representa. "O ódio é uma grande parte da estratégia desse cara que está no Salão Oval dos EUA. Não vou dizer o nome dele", disse ele ao SensaCine durante a mesma visita. A participação especial de Alec Baldwin, que na época era o cosplay oficial do presidente no SNL, não hesitou em ajudar Lee a introduzir os impulsos de Trump no filme.
O cineasta não se esquece de criticar a Hollywood clássica, incluindo uma referência a O Nascimento de uma Nação, título de 1915 que exalta o racismo e retrata os membros da Ku Klux Klan como heróis. Com um discurso realmente poderoso, o filme oferece uma crítica social por meio da comédia e do companheirismo, com os hilários John David Washington e Adam Driver excelentes em seus papéis.
O filme faz parte do catálogo do Prime Video e, se você pensou que tudo estava acabado, a parte difícil vem no final. Lee inclui imagens reais de reuniões da Ku Klux Klan que são realmente chocantes. E, ao fazer isso, ele atinge seu objetivo: fazer com que o espectador pare para refletir e tentar entender o que está acontecendo no mundo.
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