Você sabia que, se pausar O Aviador, de Martin Scorsese, exatamente às 2 horas, 44 minutos e 44 segundos, poderá ver o esqueleto de Leonardo DiCaprio? Acontece que, por um breve momento entre os flashes dos fotógrafos na cena, Howard Hughes, personagem de Leo, aparece bizarramente esquelético - quase como se estivéssemos vendo um raio-x na tela.
O momento dura uma minúscula fração de segundos, quase invisível a olho nu, e remete ao momento no qual o personagem foi recebido, em 6 de agosto de 1947, pela comissão do senador Brewster (Alan Alda), que o interrogou sobre possíveis tentativas de subornar oficiais da Força Aérea.
Na época, Hughes estava emergindo de uma crise violenta de seus múltiplos transtornos obsessivo-compulsivos, precisando permanecer enclausurado em casa por dias. Agora recuperado, os flashes dos fotógrafos reforçam seu sentimento paranoico, e a imagem subliminar do esqueleto pretende mostrar que o bilionário sentia como se fosse, de fato, radiografado - incapaz de esconder qualquer segredo dentro de si.
O truque de encenação ilustra claramente o talento de Scorsese para transmitir emoções, mesmo quando elas se movem rápido demais para serem realmente percebidas. Uma bela ideia e uma forma de resgatar a nobreza do cinema, onde tudo passa pela imagem.
O Aviador está disponível para compra ou aluguel no Prime Video.
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