Dificilmente qualquer outra franquia tem tantas camadas quanto Harry Potter. A principal razão para isso é J.K. Rowling, que (apesar das polêmicas transfóbicas) divulga constantemente detalhes sobre os personagens que desenvolveu e combina anedotas de sua própria vida aos acontecimentos dos livros.
Na saga, existem muitas oportunidades de identificação para grupos desfavorecidos. Os Weasley, por exemplo, são ridicularizados pelos Malfoy por causa de sua situação financeira. Mas uma das criaturas mais aterrorizantes da franquia também tem como pano de fundo uma inspiração muito pessoal para Rowling.
O frio beijo dos dementadores
Warner Bros.
O Prisioneiro de Azkaban foi o volume em que descobrimos mais sobre a história da família de Harry, espiamos o mundo mágico fora de Hogwarts e conhecemos melhor criaturas mágicas como os lobisomens e, principalmente, os Dementadores.
Quando ocorre o beijo do dementador, a pessoa afetada perde todos os sentimentos de felicidade e evoca, inevitavelmente, associações com as experiências de pessoas deprimidas. E isso não é coincidência: Rowling também sofria de depressão. Isso a inspirou a criar as criaturas.
Em entrevista ao The Times, a autora explicou a ligação: “A depressão é a fria ausência de sentimentos, um verdadeiro vazio. Os Dementadores também são assim”. Antes de publicar o primeiro volume da saga em 1997 e, assim, estabelecer o marco decisivo para sua descoberta, a vida de Rowling não era fácil. Como mãe solteira, ela teve que lutar com problemas financeiros, sobreviver a uma separação e lidar com a morte da própria mãe.
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