Guerra Civil é um dos filmes do ano. O filme de ficção científica de Alex Garland conquistou a crítica e o público, e também causou certa agitação desde que chegou ao circuito nos Estados Unidos.
O novo filme de Alex Garland acompanha um grupo de jornalistas que cobre a Guerra Civil americana. O gatilho é o presidente, um fascista cujas ações fizeram com que dois estados tão politicamente distantes como o Texas e a Califórnia unissem forças contra ele e o exército norte-americano. Nick Offerman interpreta o polêmico personagem.
Kirsten Dunst dá vida à Lee, uma fotógrafa que há anos registra cenas de terror e morte. Há também Joel, editor que se uniu a Lee para cobrir a guerra, interpretado por Wagner Moura. Os dois vão a Washington para entrevistar o presidente.
Aproveitando a viagem, eles levam no carro Sammy, jornalista veterano do New York Times, e Jessie, fotógrafa novata, vividos por Stephen McKinley Henderson e Cailee Spaeny, respectivamente.
Sammy e Joel conversam, durante a viagem, sobre as perguntas que farão ao presidente. É aí que descobrimos o que o governante fez: ele está no terceiro mandato, algo ilegal no país. A Vigésima Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos é o que proíbe a mesma pessoa de ser eleita mais de duas vezes. Portanto, o terceiro mandato do presidente é inconstitucional.
E, afinal, por que Guerra Civil causou espanto nos Estados Unidos? O grande motivo é que Alex Garland não especifica a que lado político pertence o presidente. Não está claro se ele é republicano ou democrata. Além do mais, o elenco do filme afirmou em mais de uma ocasião que não é inspirado em Donald Trump.
Como a própria Kirsten Dunst afirmou à Variety: "Não quero comparar porque essa é a antítese do filme. Ele é um presidente fascista. Não penso no personagem de Nick como uma determinada figura política."
Offerman, que interpreta o presidente, disse ao The Hollywood Reporter: "Honestamente, [a comparação com Trump] nem me ocorreu."
A UNIÃO DO TEXAS E DA CALIFÓRNIA
Garland também não define claramente os lados do conflito de guerra. O filme não segue nenhuma ideologia e, habituados como espectadores ao cinema hollywoodiano em que os bandidos são muito maus e os mocinhos são muito bons, o cineasta não facilita a vida do espectador. Ao Entertainment Weekly, o cineasta afirmou:
Isso exige que o espectador faça sua própria interpretação. O filme é opaco. Obriga o espectador a fazer perguntas.
Outra ideia interessante de Guerra Civil são as Forças Ocidentais, a união entre o Texas e a Califórnia. Enquanto o primeiro é um estado republicano, o último é democrata. "Dois estados que têm posições políticas diferentes declararam: 'Nossas diferenças políticas são menos importantes do que isso'", disse o cineasta. "E o outro lado é que se você não consegue conceber isso, o que você está dizendo é que a sua posição política polarizada seria mais importante do que um presidente fascista."
Em última análise, como o The Hollywood Reporter resume perfeitamente: "Odiamos não ter lados claramente definidos a favor ou contra, ou mídia que não se alinhe perfeitamente com a nossa visão de mundo, para que possamos sair do cinema com confiança, sabendo que somos uma boa pessoa".
*Tradução de site parceiro do AdoroCinema
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