Não há dúvida de que, nos últimos anos, o setor cinematográfico em geral - e Hollywood em particular - passou por grandes mudanças para melhor no que diz respeito ao tratamento e às condições de trabalho das mulheres. Entretanto, ainda há uma frente que, a priori, parece improvável de ser resolvida em curto prazo, que é a diferença de remuneração entre atores e atrizes.
A última voz a se manifestar contra essa situação foi a de Olivia Colman, que parece que ganhar o Oscar por seu fantástico papel em A Favorita ou o Emmy por seu papel como Rainha Elizabeth II em The Crown não a ajudou tanto quanto deveria. Durante uma entrevista no programa The Amanpour Hour da CNN, ela explicou a possível origem e estratégia para perpetuar essa desigualdade.
"Não me leve a mal sobre a diferença salarial, mas os atores ganham mais porque costumavam dizer que eles atraíam o público. Na realidade, isso não é verdade há décadas, mas eles ainda gostam de usar isso como desculpa para não pagar às mulheres tanto quanto aos seus colegas homens".
Quando perguntada pela apresentadora Christiane Amanpour se ela própria havia sofrido os efeitos da diferença salarial, a artista foi clara e concisa.
"Tenho plena consciência de que, se eu fosse Oliver Colman, estaria ganhando muito mais do que ganho. Conheci uma diferença salarial que era de 12.000%. Faça as contas, eu sei".
Volta Pictures / Scarlet Films / Waypoint Entertainment / Film4
Colman não é a única atriz a criticar publicamente esse cenário. Taraji P. Henson, estrela da mais recente adaptação de A Cor Púrpura, acabou chorando de frustração durante a campanha promocional do longa-metragem ao falar sobre a diferença causada não apenas pelo gênero, mas também por questões raciais.
"Estou cansada de trabalhar tanto, ser simpática e receber uma fração do valor. Estou cansada de ouvir minhas irmãs dizerem a mesma coisa várias vezes. Você se cansa disso. Ouço as pessoas dizerem: 'Você trabalha tanto. Bem, eu tenho que trabalhar. A conta não fecha.
Toda vez que faço algo e quebro outro teto de vidro, quando chega a hora de renegociar, estou de volta ao fundo do poço, como se nunca tivesse feito o que acabei de fazer, e estou cansada. O que isso significa? O que isso quer dizer para mim? Se eu não puder lutar pelos que estão vindo atrás de mim, então que porra estou fazendo?".
Está claro que ainda há um longo, longo caminho a percorrer.
*Tradução de site parceiro do AdoroCinema
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