Uma das grandes lendas da cultura nacional, Ziraldo faleceu na tarde deste sábado (6), aos 91 anos. Responsável por conceber franquias como O Menino Maluquinho e Turma do Pererê, o cartunista morreu dormindo em sua casa, no Rio de Janeiro.
Roteirista, dramaturgo, poeta, produtor, humorista e jornalista, Ziraldo começou sua carreira na Folha da Manhã (atual Folha de S. Paulo), em 1954, e no decorrer de seus primeiros anos como comunicador trabalhou na revista O Cruzeiro e no Jornal do Brasil com charges que conquistaram o Brasil. Nesta jornada, ele ainda foi um dos fundadores de O Pasquim, periódico de oposição ao regime militar, além de popularizar diversos personagens como Jeremias, Supermãe e Mineirinho.
Pioneiro, o artista lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um único autor com Turma do Pererê, em 1960. Sua outra saga nas HQs veio vinte anos depois com o lançamento do livro O Menino Maluquinho, obra adaptada para diversas mídias, incluindo séries e filmes.
A relação do cartunista com o cinema é extensa. Além de ser a figura principal de alguns documentários sobre sua carreira, como Ziraldo - Uma Obra que Pede Socorro e Ziraldo – Era Uma Vez um Menino..., o ilustrador roteirizou os três primeiros filmes de O Menino Maluquinho e ainda escreveu para o longa Rio, Verão e Amor (1966), a adaptação de A Turma do Pererê (1983) e em quase 200 episódios de Chico Total (1981).
O projeto mais recente com seu maior sucesso editorial, O Menino Maluquinho, vem da Netflix. Uma animação seriada em 26 episódios, a primeira temporada foi lançada em 2022 e chegou a concorrer ao Emmy Kids. Na época da produção, Ziraldo participou de quase todo o processo de desenvolvimento da animação, conforme afirmou Carina Schulze, sócia-fundadora da Chatrone e produtora da animação, em entrevista ao Notícias da TV.
De acordo com ela, enquanto ele acompanhava os detalhes de roteiro e animação, o autor descreveu O Menino Maluquinho como "uma lição de como viver".