A carreira de Christopher Nolan está repleta de títulos que conquistaram o público, mas um que é particularmente amado é Interstelar. Por isso, recuperamos algumas declarações do cineasta explicando a grande reviravolta do filme e também esclarecendo por que ele não quer compartilhar sua visão do final.
Quem assistiu a Interstelar certamente se lembrará da surpresa que foi ver Matt Damon no filme. Nolan gostou particularmente “da ideia de as pessoas se surpreenderem com quem ele é quando chegarmos lá. E Mann é um grande nome, sem dúvida. Mas, uma vez que o batizei assim, senti que tinha que ir em frente. Também pedi desculpas a Michael Mann. Eu disse a ele: ‘Não é uma afronta’”.
Ele também acrescenta o seguinte sobre as intenções do personagem:
“É muito simples: egoísmo e covardia. É muito humano, e eu adoro o que Matt fez com isso; ele encontrou a realidade. É o tipo de sequência em que você odeia o cara porque ele está fazendo algo que você acha que poderia acabar fazendo em uma situação semelhante. É muito lógico, mas sua racionalização é extraordinária: a maneira como ele conseguiu transformar sua própria covardia em algo positivo. A solidão e o desespero nos levam a fazer coisas malucas...”
É claro que Nolan também deixa bem claro que Mann “não é exatamente louco. Ele é estranhamente lógico, mas terrivelmente egoísta. Para ele, o único resultado da missão era uma colônia. Acho que, e é algo sobre o qual conversamos muito - e é algo que ele diz no filme -, ele não tinha dúvidas de que o planeta seria dele, a missão seria dele. Portanto, quaisquer que fossem os riscos, ele se sentia muito confiante. E quando ele se depara com a dura realidade de morrer lá sozinho, tudo começa a desmoronar”.
Além disso, o diretor de Dunkirk confessa que, para essa parte de Interstelar, ele se inspirou principalmente em dois filmes. Por um lado, O Tesouro de Sierra Madre (1948), por ser “uma história de aventura em que você pega um grupo de personagens, coloca-os contra os elementos e vê do que são feitos e onde vão parar” e por Ouro e Maldição (1924), pois “acho que é um exame extraordinário das motivações humanas básicas e do que os seres humanos se tornam quando são despojados de tudo”.
“Você terá que assisti-lo novamente”
Dito isso, tudo o que o homem por trás de Oppenheimer está disposto a dizer sobre essa parte fundamental de Interstelar muda quando se trata de fornecer respostas sobre o final do filme. A questão é que ele não quer diminuir a validade das outras interpretações do que acontece depois:
Você terá que assistir ao filme novamente. Está lá para você fazer o que quiser. As pessoas sempre têm interpretações radicalmente diferentes das coisas que eu coloco lá, mas eu sei o que penso e não gosto que isso tenha mais validade do que a experiência que você tem ao assistir.
Lembre-se que Nolan não foi o primeiro diretor planejado para Interstelar e que a versão que Steven Spielberg teria dirigido era muito diferente. A chegada dele trouxe muitas mudanças, como dispensar o final original do filme, mas também transformá-lo em uma obra revolucionária, tanto do ponto de vista cinematográfico quanto científico.
*Tradução de site parceiro do AdoroCinema.
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