Denis Villeneuve está triunfando com sua adaptação cinematográfica do romance escrito por Frank Herbert. O cineasta lançou Duna, a primeira parte, em 2021 e recebeu uma reação muito positiva da crítica e do público. O filme, estrelado por Timothée Chalamet, foi um sucesso e isso levou a Warner Bros. a dar sinal verde para a sequência, Duna: Parte 2. Mas Villeneuve não é o primeiro diretor a levar o trabalho de Herbert para os cinemas.
Em 1984, David Lynch lançou o filme Duna. Kyle MacLachlan interpretou Paul Atreides e, ao contrário de Villeneuve, Lynch adaptou o livro em um único filme. Sting, Max von Sydow, Patrick Stewart e Sean Young são alguns dos atores que assinaram contrato para o filme. Mas o resultado foi um fracasso.
Duna, de Lynch, arrecadou aproximadamente de 30 milhões de dólares em todo o mundo com um orçamento de 40 milhões. Os críticos, por sua vez, o desaprovaram, chamando-o de “uma adaptação truncada” e “seco demais para funcionar como um grande entretenimento”.
Parece que as reações ao filme continuam a assombrar Lynch, que declarou em abril de 2023 na revista francesa Cahiers du Cinéma que nunca veria a versão de Villeneuve: “Nunca a verei e não quero que falem comigo sobre ela, nunca”. Entendemos que Duna: Parte 2 também tem um lugar nessa declaração.
“Uma tristeza gigantesca”
Essa não é a primeira vez que Lynch expressa seu ressentimento em relação ao filme. Em uma sessão de perguntas e respostas com o cineasta realizada em setembro de 2021, ele falou sobre sua experiência ao filmá-lo. “Não gosto de falar sobre Duna, mas já disse que sabia, quando assinei o contrato, que estava assinando à versão final e, a partir daí, senti que, olhando para trás, comecei a me vender”, comentou.
Outra declaração sobre o assunto foi: “Tenho orgulho de tudo, menos de Duna. Gostei muito de trabalhar em filmes diferentes. Não se trata de orgulho, mas sim do prazer de fazer isso, do prazer do trabalho. Gostei de trabalhar em todas essas mídias diferentes. Sinto que tenho muita sorte de poder desfrutar dessas coisas e de poder viver”.
Lynch se referiu ao seu filme como “uma tristeza gigantesca” em sua vida devido à falta de liberdade criativa que recebeu durante as filmagens. Em abril de 2020, o diretor novamente havia dito que não tinha “nenhum interesse” em Duna de Villeneuve.
Villeneuve, por sua vez, falou à Empire no mesmo ano sobre a versão de Lynch. “Sou um grande fã de David Lynch. Quando vi o Duna de Lynch, lembro-me de ter ficado empolgado, mas a versão dele... há partes que adoro e outros elementos com os quais não me sinto tão confortável. Então, me lembro de ter ficado meio satisfeito. Então pensei: 'Ainda há um filme que precisa ser feito sobre esse livro, com uma sensibilidade deferente'.”
E, pelo visto, Villeneuve acertou em cheio.
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