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    De rejeitada pela Disney a forte concorrente ao Oscar 2024; entenda por que animação foi engavetada antes de atingir sucesso
    Diego Souza Carlos
    Apaixonado por cultura pop, latinidades e karê, Diego ama as surpresas de Jordan Peele, Guillermo del Toro e Anna Muylaert. Entusiasta do MCU, se aventura em estudar e falar sobre cinema, TV e games.

    Produção está na corrida pela estatueta de ouro ao lado de Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, O Menino e a Garça, Elementos e Meu Amigo Robô.

    Histórias de superação sempre atraem o público, independente da mídia. Entre tantas narrativas poderosas no Oscar 2024, há uma jornada que poucos conhecem, uma que foge um pouco do que se espera - já que acontece dentro e fora das telas.

    Há alguns anos, ND Stevenson começou a produzir uma webcomic que, após aclamação do público, se tornou uma elogiada graphic novel. Assim nasceu Nimona em suas primeiras casas, trama lida inicialmente através de celulares e computadores, em lançamentos periódicos, que posteriormente ganhou páginas físicas com a história completa.

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    Ao longo da última década, o livro foi premiado no Cartoonist Studio Prize, no Cybils Award e no Eisner Awards. O sucesso foi responsável pela compra de direitos de adaptação pela 20th Century Studios, sob produção da Blue Sky, subsidiária da extinta Fox. No entanto, em 2019, após a Disney comprar a empresa, o desenvolvimento do filme começou a passar por momentos tortuosos.

    Dois anos após o acordo, a Blue Sky foi fechada e a animação foi cancelada. Na época, o projeto estava parcialmente concluído, com 75% do trabalho adiantado. Posteriormente, vários ex-funcionários do estúdio falaram à mídia sobre o filme, afirmando que a possível motivação para o abandono do filme estava em seu envolvimento com assuntos e tramas LGBTQIAP+. Tais declarações coincidiram com uma carta de funcionários da Pixar que denunciavam cortes nos longas e uma conexão da Disney com o projeto de lei "Don't Say Gay", da Flórida.

    Netflix

    Apesar da triste notícia de ver o filme arquivado tão próximo de ser concluído, os produtores continuaram tentando vender o projeto para outros distribuidores. Assim, em abril de 2022, a Netflix e a Annapurna Pictures anunciaram o "salvamento" de Nimona. Nick Bruno e Troy Quane assumiram a direção, com roteiro reescrito por Robert L. Baird e Lloyd Taylor.

    Lançado no ano passado pelo serviço de streaming, a animação conquistou 94% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes, enquanto a média das avaliações de mais de 2.500 pessoas do público é de 91%. A trama acompanha Nimona, uma metamorfa sem limites nem papas na língua, cujo maior sonho é ser comparsa de Lorde Ballister Coração-Negro, o maior vilão que já existiu. Mas ela não sabia que seu herói possuía escrúpulos. Menos ainda uma deliberada missão.

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    Nesta semana, depois de aparecer indicado em algumas premiações, Nimona entrou na disputa do Oscar 2024 de Melhor Animação. Nas redes sociais, ND Stevenson celebrou a trajetória de sua história e enalteceu as equipes e demais profissionais envolvidos com a adaptação.

    "O que começou como uma pequena webcomic em um porão maltrapilho... para um filme oprimido que teve que lutar contra os poderes constituídos para existir... até o maldito OSCAR", disse ele. "Que viagem tem sido. Parabéns, Nick Bruno, Troy Quane, Karen Ryan, Julie Zackary e às centenas de outros elenco e equipe que fizeram isso acontecer. Vocês merecem tudo."

    Netflix

    Ao lado de O Menino e a Garça, Meu Amigo Robô, Homem-Aranha: Através do Aranhaverso e Elementos, o filme entra para a história da Academia como uma das produções mais interessantes - e necessárias - da atualidade.

    Nimona
    Nimona
    Criador(es): Nick Bruno, Troy Quane
    Com Chloë Grace Moretz, Riz Ahmed, Eugene Lee Yang
    Data de lançamento 30 de junho de 2023
    Assistir em streaming

    Para quem ainda não assistiu, basta dar o play em Nimona no catálogo da Netflix.

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