Vidas Passadas estreia em breve nos cinemas brasileiros, após passagens celebradas por grandes festivais de cinema do mundo - de Berlim ao Festival do Rio. No longa-metragem de estreia da sul-coreana Celine Song, acompanhamos dois amigos de infância: Nora (Greta Lee) e Hae Sung (Teo Yoo). Nutrindo uma conexão profunda, eles acabam se separando quando Nora emigra com a família da Coreia do Sul para o Canadá.
Vinte anos depois, os dois velhos amigos se veem diante de um reencontro difícil. E mesmo atravessado por diálogos dolorosos, um grande destaque do filme são, justamente, seus momentos de silêncio e suspensão. Podemos observar essas duas pessoas, tão diferentes, que, ao mesmo tempo, encontram uma na outra, um lugar extremamente familiar. E como quase tudo no cinema, esse efeito é totalmente proposital.
A intimidade e o estranhamento
Para a diretora e roteirista Celine Song, Vidas Passadas precisava ser difícil. Ela revela à Variety: “Da forma como esses silêncios têm que funcionar, precisamos saber o que foi dito antes e depois. Não existe uma linguagem literal, mas existe a linguagem que está acontecendo em suas performances, em seus rostos”.
Há um nível em que isso deve ser desconfortável. É para parecer que essas duas pessoas não são do mesmo mundo – e não são
Nora saiu da Coreia. Hae Sung ficou. Neste reencontro, ambos encaram, na imagem do outro, aquilo que poderiam ter sido. A vida que poderiam ter tido. Tentando compartilhar o que são hoje, persiste o incômodo. Sufocados por esse amor inconfessável, que existe - e definitivamente existe, porque eles sentem - e nunca encontrou o tempo e lugar necessários, para ser, efetivamente, vivido.
Vidas Passadas, cotado ao Oscar, estreia em 25 de janeiro nos cinemas. O AdoroCinema já viu, e você confere nossa crítica aqui.
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