Quando eclodiu a crise da Covid-19, no início de 2020, a emergência sanitária pegou muitas pessoas completamente de surpresa, apesar de estar se falando sobre o vírus há meses na época. Depois do choque inicial, da quarentena, e da chegada do distanciamento social, máscaras e testes, a doença continua entre nós e nos habituamos a viver em pandemia de forma mais segura.
Mas, por um tempo, principalmente nos primeiros dias, quando ficou claro que a situação era séria, parecia que tudo isso era um filme. E um em especial, Contágio, filme de Steven Soderbergh de 2011, que ganhou notoriedade pelo seu realismo, contando uma história que anos depois criou a sensação de déjà vu com o que estava sendo vivido ao redor do mundo.
Este drama acompanha a vida de Mitch (Matt Damon) um homem de família comum tentando lidar com um colapso parcial da sociedade depois que um vírus mortal começou a se espalhar pelo mundo. No elenco também estão Kate Winslet (Titanic), Jude Law (Sherlock Holmes), Gwyneth Paltrow (Homem de Ferro) e Laurence Fishburne (John Wick).
“O objetivo deles era mostrar às pessoas uma imagem o mais precisa possível, na esperança de motivar os líderes políticos a agir”, comenta o processo realizado pela diretora e roteirista Laurie Garrett, uma das especialistas do New York Post, consultora de saúde e ex-funcionário de política de saúde global no Conselho de Relações Exteriores, que acompanha epidemias há décadas.
Nos primeiros rascunhos do roteiro do filme, as causas do contágio estariam relacionadas ao vírus influenza que causou milhões de vítimas em 1918, mas O roteiro foi reescrito para focar em um vírus hipotético originado em Hong Kong, concebido com a ajuda de Ian Lipkin, diretor do Centro Columbia para Infecção e Imunidade.
Steven e Scott Burns, o roteirista, se propuseram a tornar o filme o mais realista possível e conseguiram, principalmente com ajuda da consulta de muitos especialistas em epidemiologia, se tornando um alerta sombrio para o futuro.
Em Contágio, um morcego deixa cair uma fruta, que é comida por um porco. Este último é então abatido para ser consumido, transmitindo assim um vírus aos humanos. Uma das razões pelas quais o longa foi percebido como quase profético é o grande número de subtramas que representam situações e comportamentos que quase sempre acompanham uma pandemia.
A proliferação de pseudocientistas que afirmam ter encontrado uma cura é um exemplo disso no filme e na vida real.
Como o personagem de Jude Law, que interpreta um blogueiro sem escrúpulos que afirma que, uma planta com flores, pode matar o vírus. Tanto no cinema como na crise sanitária da Covid-19, o distanciamento social e a desinformação também foram preditivos.
Era a grande promessa de ficção científica de 2023, mas diretor admite: Dividir a história impactou o finalEm sua crítica publicada na revista Vulture quando o filme foi lançado em 2011, o jornalista americano David Edelstein intitulou seu artigo da seguinte forma: “Contágio, o filme de desastre mais ambicioso já feito”. Mas também a premonição mais realista.
Contágio está disponível para streaming na Amazon Prime Video.
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