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    Hannibal na Netflix: O filme biográfico estrelado por Denzel Washington como um herói de guerra já está causando polêmica
    Eduardo Silva
    Eduardo Silva
    -Redator
    Jornalista que ama filmes sobre distopias e animes de battle royale. Está sempre assistindo alguma sitcom e poderia passar horas falando sobre Yu Yu Hakusho e Jogos Vorazes.

    Mal foi anunciado e o projeto de filme centrado em Aníbal Barca já está causando alvoroço na Tunísia. Nem todos estão satisfeitos com a escolha de Denzel Washington para o papel principal.

    No mês passado, a Netflix anunciou um novo e empolgante projeto dirigido por Antoine Fuqua (O Protetor): Hannibal, um filme biográfico sobre Aníbal Barca, o general e político cartaginês considerado um dos maiores estrategistas militares da história.

    Denzel Washington interpretará esse guerreiro, que esteve ativo nos anos 181-183 a.C., ocupando assim o lugar de Vin Diesel no papel principal. Uma escolha que parece não agradar a alguns, como explica um artigo do jornal francês Le Monde. Na Tunísia, onde Aníbal foi elevado à categoria de herói popular a ponto de dar seu nome a um canal de TV, há quem não aceite que um ator negro lhe empreste suas características.

    Sony Pictures Entertainment

    O assunto foi até mesmo debatido na Assembleia Nacional em 30 de novembro, quando um membro do parlamento se dirigiu à ministra dos Assuntos Culturais, Hayet Ketat Guermazi, apontando “um risco de falsificação da história”. Segundo pesquisadores e historiadores, Aníbal tinha pele marrom, não preta.

    Também foi lançada uma petição no site change.org, que acusa a Netflix e o restante da produção de apropriação cultural. Com cerca de 2 mil assinaturas até o momento, é improvável que a petição faça pender a balança sobre o assunto.

    Antoine Fuqua e Denzel Washington Columbia Pictures
    Antoine Fuqua e Denzel Washington

    Essa não é a primeira vez que uma produção desse tipo da Netflix é alvo de críticas. Há alguns meses, foi uma ficção sobre Cleópatra que foi criticada, dessa vez pelo governo egípcio. A escolha de uma atriz negra para representar o rosto da ex-rainha do Egito reacendeu o debate sobre a cor de sua pele e sua origem.

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    Quanto à Ministra de Assuntos Culturais, ela assumiu uma posição firme sobre o assunto. “É ficção, é um direito deles. Aníbal é uma figura histórica, mesmo que todos nós tenhamos orgulho do fato de ele ser tunisiano. (...) O que poderíamos fazer?”, disse ela, que vê no filme uma oportunidade para dar visibilidade ao seu país.

    Agora resta saber se essa produção da Netflix será filmada em parte no país e, em particular, em Cartago, a antiga cidade púnica onde o general nasceu.

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