A Disney significou tanto para nós em nossas vidas que tudo o que queríamos fazer era escrever uma carta de amor à Disney e a todos os artistas que vieram antes de nós.
Estas são as palavras de Chris Buck, um nome que já fez história na Disney - devemos a ele, os dois filmes de Frozen, sem dúvida dois dos títulos mais importantes do estúdio - e que também foi escolhido para cumprir a complexa e ambiciosa tarefa de dirigir Wish - O Poder dos Desejos, o filme de animação com o qual a empresa comemora seus 100 anos. “É uma honra celebrar o nosso 100º aniversário e apresentar um filme que significa muito para nós”, afirma com orgulho na entrevista ao SensaCine na ocasião da estreia mundial do filme, que chega em 4 de janeiro aos cinemas brasileiros.
Buck não fez isso sozinho, e compartilhou a missão com Fawn Veerasunthorn, uma brilhante animadora que trabalha na Disney há vários anos e contribuiu para o desenvolvimento de filmes tão queridos como Zootopia, WiFi Ralph: Quebrando a Internet e Raya e o Último Dragão. Ela faz sua estreia na direção no tão aguardado filme que está prestes a chegar aos cinemas. “Cresci assistindo filmes da Disney e foram justamente esses filmes que me inspiraram a querer me tornar uma artista”, conta a diretora. “Os temas de encontrar o seu desejo e persegui-lo têm sido muito persistentes no DNA dos filmes de animação da Disney, e poder trabalhar em um projeto chamado Wish, que é justamente sobre alguém perseguindo o seu sonho tem sido muito especial.”
O novo filme da Disney, Wish - O Poder dos Desejos, nos leva à bela ilha de Rosa, um reino no meio do Mediterrâneo, onde os desejos de todos os seus habitantes têm a oportunidade de se tornar realidade. Isto é garantido pelo Rei, Magnífico, que usa o seu poder para realizar os desejos mais importantes dos seus súditos, entregues aos 18 anos, na expectativa de os ver concretizados. Coisa que acontece uma vez por mês, quando o Rei Magnífico escolhe um dos habitantes do reino para realizar um desejo.
Neste cenário conhecemos Asha, a protagonista deste novo filme, uma jovem humilde e carinhosa que ama sua ilha e que, uma noite, após um acontecimento desagradável, se atreve a fazer um desejo ao céu. Um desejo tão poderoso que “é atendido por uma força cósmica, uma pequena bola de energia ilimitada chamada Estrela”, com a qual ela terá que enfrentar um inimigo comum e salvar sua comunidade (descreve a sinopse oficial).
"Desde o início o mais importante para nós foi contar uma história original com personagens originais e música original, isso foi essencial. E então a própria história incorporou tudo o que amamos na animação da Disney: palavras como esperança, desejo e sonho surgiram bem cedo [no desenvolvimento do filme]. Essa foi a luz que nos guiou desde o início", resume o produtor Peter Del Vecho, também responsável por Frozen em entrevista ao SensaCine. “Não queríamos que fosse uma ‘colagem’ de personagens interagindo”, acrescenta o produtor do filme, Juan Pablo Reyes. “Perguntamos às pessoas o que elas pensam emocionalmente quando você diz a palavra Disney e palavras como alegria e esperança surgem. É daí que vem o desejo, o desejo nas estrelas. Assim que tivemos essa concepção, aquela ideia que se tornou a base do filme, começamos a seguir em frente.”
Dissemos: 'Tem que ser um musical, porque música e Disney são sinônimos.' Queríamos que tivesse um vilão tradicional, porque as pessoas já esperavam por isso há muito tempo. E esses foram os elementos mais básicos que tivemos desde o início
O retorno ao tradicional vilão e uma "princesa" Disney que representa todas nós
"Um dos nossos objetivos com este filme, que abraça novamente o nosso legado, era realmente ter um grande vilão, como os vilões clássicos da Disney, um vilão que você sabe que “Ele é um vilão desde o início”, concorda Chris Buck. “Criar o Rei Magnífico foi muito divertido para nós. “Ele tem senso de humor, é muito bonito, muito vaidoso, mas também pode ser visto como uma história de origem do vilão, na qual você vê essa descida à vilania conforme o filme avança.”
Magnífico é, junto com Asha e Estrela, o terceiro personagem principal de Wish: O Poder dos Desejos, e, quando o público o conhecer, rapidamente sentirá a reminiscência de vilões míticos e icônicos como a veterana Malévola da Bela Adormecida, Ursula de A Pequena Sereia, ou Jafar de Aladdin. E esse sempre foi o objetivo: “Queríamos voltar à ideia do vilão clássico da Disney”, concorda Reyes.
Muita gente, inclusive eu, queria e ansiava por um grande vilão. E o Magnífico se inspira em muitos personagens, mas, ao mesmo tempo, o deixamos ser ele mesmo
"O próprio nome Magnífico vem da ideia de Malévola, por exemplo, e você vê algumas inspirações visuais dentro do filme que o levam a Malévola também. Em outros lugares você encontrará algumas referências a outros vilões da Disney, mas acho que o mais importante é aquela energia ou aquela magia que vemos em quase todos os vilões da Disney”, continua explicando o produtor. “Nossos animadores de efeitos foram para a biblioteca de animação, a biblioteca de pesquisa, para estudar como os efeitos foram desenvolvidos para esses personagens [Ursula e Malévola], então você provavelmente se lembra deles, mas você normalmente vê alguém que está totalmente formado como um vilão, e neste caso, aqui você vê alguém que se torna um vilão”, acrescenta a diretora Fawn Veerasunthorn.
No entanto, enquanto Magnífico é um retorno ao vilão clássico, com Asha, a jovem protagonista, Wish se distancia da princesa mais tradicional da Disney, começando pelo fato de ela não ser uma princesa: “O que adoro em Asha é que ela é uma espécie de líder desde o início”, observa Buck. “Ela tem essas qualidades de liderança, mas ainda não assumiu esse papel e podemos vê-la crescer ao longo do filme e então dar os passos que ela precisa dar.” “Queríamos que ela fosse uma personagem muito acessível, uma personagem real com a qual você ou eu pudéssemos nos identificar, porque Asha é a perspectiva e o ponto de vista de todos nós”, acrescenta Reyes. "Todos nós temos um desejo em nossos corações que às vezes rejeitamos ou ignoramos e foi aí que começou a ideia de ela ser alguém comum como todos nós."
A principal diferença entre Asha e o resto das heroínas da Disney é que "ela não é da nobreza, mas sim alguém comum", como Reyes aponta: "E como diz a música: 'Quando você faz um desejo para uma estrela, não importa quem você é.' Além disso, nas diferentes músicas você pode ver diferentes facetas de sua personalidade. Ele tem sua música 'Eu quero', mas depois tem uma música mais rebelde, a música introdutória, que é muito feliz.... Ela é um personagem muito completa na minha opinião."
Uma experiência para desfrutar nos cinemas
Nosso desejo para Wish “é que as pessoas experimentem este filme na tela grande”, diz Del Vecho sobre o que ele desejaria para o filme se tivesse que fazer um pedido para ele. “Porque visualmente é um cinemascópio e você quer que as pessoas vejam isso na tela grande, mas o motivo mais importante, e fomos lembrados disso em uma prévia que assistimos recentemente, é que a conexão entre o público e a tela é palpável. São mais engraçados quando você vê isso com o público, as emoções são mais fortes quando você pode sentir a emoção das pessoas se conectando com o filme, então achamos que é importante vivenciá-lo como uma comunidade.”
Reyes concorda plenamente: “Foi projetado para isso [ver na tela grande]”, diz ele. “É o filme perfeito para passarmos juntos nesta época de Natal e levar toda a família para rir e cantar juntos.”
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