Em 1983, Buffy Sainte-Marie ganhou o Oscar de Melhor Canção Original com o tema do filme A Força do Destino, de Taylor Hackford. Derrotando Eye of the Tiger, de Rocky III - O Desafio Supremo, a cantora se tornou a primeira mulher nativa a ganhar a preciosa estatueta dourada, tendo nascido em uma reserva indígena canadense em 20 de fevereiro de 1941. Na tribo Cree, em Saskatchewan, para ser mais preciso.
Pelo menos, é o que a própria Buffy afirma há muito tempo, aparecendo em eventos com roupas tradicionais indígenas e atuando como porta-voz de sua causa. Ganhadora do prêmio Screen Actors Guild Lifetime Achievement Award e de uma estrela na Calçada da Fama do Hollywood Boulevard, “Buffy dedicou muito de seu tempo e recursos para apoiar os povos indígenas por meio de vários programas educacionais”, diz a biografia em seu site oficial.
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"Quando ela concordou em estrelar [um episódio de] a série de televisão O Homem de Virgínia, a condição era que todos os papéis indígenas fossem interpretados por atores indígenas, o que era inédito na época. (...) Criada em 1969, sua Nihewan Foundation for Native American Education concedeu bolsas para estudos e estudantes nativos, dois dos quais se tornaram presidentes de faculdades tribais.”
É uma história maravilhosa, mas que foi manchada por uma investigação da CBC. Embora Buffy Sainte-Marie sempre tenha afirmado que foi adotada quando criança por Winifred e Albert Santamaria, um casal de brancos de Massachusetts, antes de se reunir com sua família, sua certidão de nascimento, supostamente perdida de acordo com seus biógrafos, revela que seu nome verdadeiro não é outro senão Beverly Jean Santamaria. Esses fatos também parecem ser confirmados pelo censo de 1950 dos EUA.
“O que sei sobre minha ascendência indígena aprendi com minha mãe, que é parte Mi'kmaw, e com pesquisas que fiz mais tarde na vida”, escreveu Buffy Sainte-Marie no Facebook, em um texto datado de 26 de outubro intitulado “Minha verdade como eu a conheço”.
“Entre as coisas que minha mãe me disse, estava o fato de eu ter sido adotada e de ser indígena, mas que não havia documentação, como era frequentemente o caso de muitas crianças indígenas nascidas na década de 1940.”
“Sempre tentei responder às perguntas sobre minha identidade. Durante muito tempo, tentei descobrir informações sobre minha origem. Por meio dessa pesquisa, ficou claro para mim, e sempre fui honesta sobre isso, que não sei de onde venho ou quem foram meus pais biológicos, e que nunca saberei. É por isso que ser questionada dessa forma é tão doloroso para mim quanto para minhas duas famílias, que amo muito.”
“Posso não saber onde nasci, mas sei quem sou”, conclui a artista.
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