Todas as listas de melhores filmes de terror dos últimos anos têm a presença carimbada de Hereditário e Midsommar – não à toa, já que os títulos surpreenderam com histórias aterrorizantes e atuações marcantes. Os dois, inclusive, têm a assinatura do mesmo cineasta, Ari Aster e o que você talvez não saiba é que o cineasta tem um outro filme ainda mais perturbador.
Trata-se de The Strange Thing About the Johnsons, um curta-metragem que, em apenas 30 minutos, consegue apresentar uma reviravolta difícil de prever - e de aceitar. Não vamos dar spoilers da história, é claro, mas o terror, ambientado nos anos 90, se centra em uma família, marcada por uma relação abusiva que acontece em segredo.
Logo no início, o pai flagra o filho pré-adolescente em um momento íntimo e é a partir desta cena que Ari Aster revela uma relacionamento profundamente traumático entre os dois – posteriormente, a mãe também surge na trama.
AFI Conservatory Films
O cineasta criou The Strange Thing About the Johnsons alguns anos antes de Hereditário, ainda na faculdade de cinema, a American Film Institute - o site da instituição disponobiliza o filme na íntegra on-line. O curta foi um projeto de qualificação acadêmica (como se fosse um TCC) e o diretor se inspirou em conversas que teve com colegas sobre assuntos considerados tabu pela sociedade. E queria chocar o público mesmo.
“Eu estava na AFI [American Film Institute], que é uma espécie de escola industrial. Eles são muito orientados para Hollywood e querem treiná-lo para se tornar um cineasta de Hollywood, e os filmes que mostram aos novos candidatos são muito politicamente corretos, você sabe, filmes do Oscar. E pensei: qual é a pior coisa que posso fazer na AFI?, disse em entrevista ao Film Comment.
De fato, o filme chocou e viralizou no YouTube. “Este curta-metragem foi uma montanha-russa de emoções. Nojo, medo, raiva e desgosto. Fiquei totalmente chocado. Os atores também foram incríveis”, escreveu um usuário na rede.
Entre diversos comentários sobre estômagos embrulhados, o talento de Ari Aster para criar uma história de horror também impressionou: “pensar que isso veio de um estudante de cinema é inacreditável”, escreveu outro espectador.
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