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    Meg Ryan de volta aos cinemas: Por que a estrela das comédias românticas passou os últimos anos rejeitada por Hollywood?
    Giovanna Ribeiro
    Giovanna Ribeiro
    -Redatora e Crítica
    Aprendeu com Amélie Poulain a ir ao cinema sozinha às sextas e observar a reação do público. Mas, no fundo, queria mesmo era ser o Rocky Balboa.

    Em Hollywood, uma decisão equivocada, por mais banal que possa parecer, pode custar toda a sua carreira. Se a carreira em questão for a de uma mulher, esse "limite" é ainda mais delicado.

    Getty Images

    Meg Ryan está de volta aos cinemas, no novo filme O que Acontece Depois. O longa-metragem marca o retorno da atriz para Hollywood, após um hiato de oito anos. Meg, que já foi um dos rostos mais conhecidos e bem pagos da indústria nos anos 90, dominando especialmente as comédias românticas, experimentou uma queda significativa em sua carreira, após uma decisão “ruim”. A decisão: Fazer cenas de nudez.

    Ryan não só teve seu trabalho completamente ignorado pela imprensa especializada (ela jamais foi indicada ao Oscar, por exemplo) como também viu os mesmos fãs que haviam lhe transformado na líder das bilheterias internacionais durante uma década e meia - com comédias românticas como Harry e Sally e Sintonia de amor - lhe darem as costas, quando ela ousou ser algo além do interesse romântico do protagonista masculino.

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    Em Carne Viva

    Em 2002, a atriz juntou-se à cineasta Jane Campion (Ataque dos Cães) para o thriller Em Carne Viva. Meg Ryan interpretou uma professora solitária que embarca num relacionamento com um investigador, que está apurando uma série de crimes. Com um tom erótico, o filme contava com a atriz em cenas de nudez e sexo, algo que, por vezes, pode ser um passo em falso, quando dado por uma mulher. No caso de Meg Ryan, representou uma espécie de "suicídio profissional". Algo que nem de longe aconteceu com sua co-estrela no filme, Mark Ruffalo.

    Em carne viva foi um antes e um depois na minha carreira. A reação foi cruel [...] Desde então, todos os publicitários disseram que eu deveria ter preparado os meus fãs, porque o sexo afasta as pessoas [...] Eu achava que estava acabada, e provavelmente eles também acharam

    Após Em Carne Viva, a atriz jamais voltou a protagonizar um sucesso de bilheteria. E é impossível não levar em conta a perspectiva de gênero. Por que algumas cenas de sexo são capazes de assassinar a carreira de uma mulher em Hollywood? Ao desafiar os interesses comerciais, que lucravam com uma suposta imagem de "boa moça" construída em torno da atriz, Meg Ryan correu o risco de nunca mais conseguir retomar sua carreira. E precisou, ela mesma, criar a oportunidade necessária para voltar.

    Bleecker Street

    Hoje, aos 62 anos, Meg Ryan retorna, a esta indústria que além de todo o sexismo que já a vitimou, é etarista com as mulheres. Com estreia para o dia 3 de novembro, O que Acontece Depois, dirigido por Meg Ryan e co-protagonizado por David Duchovny, ainda não tem data para chegar ao Brasil.

    O que Acontece Depois
    O que Acontece Depois
    1h 45min
    Criador(es): Meg Ryan
    Com Meg Ryan, David Duchovny

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