47 Ronins configurou um verdadeiro desastre comercial em 2014, porém, foi após esse filme que o diretor Carl Rinsch fechou com a Netflix um contrato milionário, prometendo entregar uma série de ficção científica sobre humanos artificiais. O que começou como um sonho, logo acabou em pesadelo para todos os envolvidos, alimentado pelos devaneios de um cineasta que possui apenas um filme na carreira.
De acordo com informações do The New York Times, Rinsch recebeu em torno de 55 milhões de dólares da Netflix para dar vida ao projeto, mas acabou se desviando do objetivo. Para se ter ideia, 11 milhões foram destinados pelo diretor ao investimento em criptomoedas, entrando para a lista de gastos, ainda, uma frota de Rolls-Royces, móveis e também roupas de grife.
Na Netflix: O filme cujo set de filmagem pegou fogo assim que começou, mas foi concluído e no final foi um fracassoA HISTÓRIA DESDE O INÍCIO
Inicialmente, antes de a Netflix ou qualquer outra empresa entrar na jogada, Rinsch financiou o projeto do próprio bolso, contratando equipe e atores europeus para reduzir os custos. As dificuldades começaram a aparecer logo durante o início das filmagens, as quais obedeciam a cronogramas milimetricamente calculados.
Há relatos de que Carl insistiu em realizar gravações consecutivas de 24 horas no Quênia, conforme noticiado pelo NY Times. Quando as filmagens rumaram para a Romênia, uma das atrizes alegadamente contraiu hipotermia devido a uma cena com as pernas descobertas na neve, resultando em sua urgente transferência para um hospital.
Assim, mergulhado no caos, Rinsch passou a contar com a ajuda financeira do bilionário Dan Friedkin e da produtora 30West. Após o diretor perder o prazo estipulado para uma das entregas, a companhia ameaçou assumir totalmente o controle do projeto, que acabou sendo salvo por Keanu Reeves. Reeves conheceu Rinsch durante as filmagens de 47 Ronins, e investiu o próprio dinheiro para ajudar o amigo.
A partir daí, o cineasta conseguiu montar seis incompletos episódios, oferecendo às grandes empresas o que seria uma temporada composta por 13 capítulos totais. Naquele período, as plataformas de streaming competiam intensamente pela obtenção de conteúdo, buscando atrair novos assinantes e assim ganhar mais dinheiro.
Desta forma, Rinsch esteve prestes a fechar um acordo vantajoso com o Prime Video, contudo, a Netflix surgiu pelo caminho e efetuou a compra. Além de oferecer ampla liberdade criativa, a proposta monetária de 55 milhões de dólares também era mais vantajosa.
Após assinar o contrato com a Netflix, Rinsch começou a apresentar um comportamento errático: alegou ter descoberto mecanismos secretos de transmissão do Coronavírus e também disse que poderia prever raios e erupções vulcânicas. A equipe da série também afirmou que o astro os tratava mal, apelando para “gritos, palavrões e irritação excessiva”. As coisas ainda pioram quando o diretor acusa a esposa, que pedia divórcio, de conspirar para matá-lo.
Algum tempo depois, ele contou que havia sido diagnosticado com autismo e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, para os quais estava tomando medicamentos. A então ex-esposa e alguns membros da equipe ficaram preocupados com o uso de Vyvanse, um medicamento com base em anfetamina que, em excesso, pode causar efeitos colaterais graves, como mania, delírio e psicose.
Com mais problemas no horizonte, a Netflix, então desistiu, não vendo mais possibilidade de continuar com a produção. Em 18 de março de 2021, Rinsch foi informado que a plataforma havia decidido parar de financiá-lo.
Para quem acha que termina por aí, está enganado, foi desta forma que, com o dinheiro da Netflix que ainda sobrava, Rinsch investiu em criptomoedas, carros e outros itens luxuosos, como dito no início deste texto.
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