“Eu te odeio tanto que eu mesmo fico assustado com meu próprio ódio. Desejo que, depois que você morrer, não haja lugar para você.” Essas são as frases que o espanhol Yon González, agora longe dos papéis em As Telefonistas e Os Herdeiros da Terra, recita em frente ao espelho como uma forma de trazer à tona todas as coisas ruins que seu personagem tem dentro de si.
É uma cena-chave em Memento Mori, série policial de suspense que estreou na Espanha em outubro pelo Prime Video (ainda não tem data para chegar ao Brasil na plataforma). Mas o que é realmente importante é o que González diz fora da ficção: o ator está em uma nova fase de atuação que clama por novos desafios.
González é um rosto conhecido da televisão e do cinema espanhóis há décadas, com papéis que, apesar de serem um sucesso de público, não lhe permitiram mostrar todo o seu talento como ator. Agora, aos 37 anos, ele dá vida a um assassino em série que, desde o primeiro episódio, está em um dos melhores trabalhos de sua carreira.
“É verdade que os anos lhe dão maturidade e eu sempre acreditei que tenho sido aquele ator que trabalha nos mesmos lugares, só que desta vez eles me deram o espaço para trabalhar em um personagem que não é típico”, diz ele em uma entrevista ao SensaCine, site parceiro do AdoroCinema na Espanha.
O ator passou meses construindo Augusto, um homem perturbado por uma infância traumática. Para criá-lo, preferiu não recorrer a guias como o romance no qual a série se baseia, escrito por César Pérez Gellida, ou grandes referências do gênero, como Psicopata Americano. Em vez disso, preferiu ouvir seu próprio instinto.
“Eu tocava ‘Bravo’, de Bunbury, de 8 a 16 horas por dia e, enquanto estudava, eu a cantava. Foi muito divertido, um pouco louco, mas foi muito legal criá-lo em casa. Quando meu pai chegava ao apartamento, ele abria a porta e eu estava lá ensaiando. Eu dizia: ‘Calma, pai, está tudo bem. Não sou louco e não sou perigoso’”, ele ri.
Seu trabalho está presente em Memento Mori, série que consiste em apenas seis episódios. Pelo menos, por enquanto, já que a boa recepção que teve na plataforma e as pontas soltas que permanecem após o final parecem apontar para uma segunda temporada.
"Entrei em meu próprio universo que criei em casa por três meses e meio, deixando de lado um pouco as referências. Me disseram: ‘olhe para Psicopata Americano’ e eu disse: ‘Bem, não vou olhar’ (risos), porque não queria me limitar e ter um caminho definido. Primeiro li os roteiros, preparei o que achava do personagem e depois li o romance para ver o que havia me ocorrido e o que havia no livro. Se eu leio o romance desde o início eles já te dão o caminho marcado e você está limitando as ideias que podem surgir naturalmente na hora de ler os roteiros."
Confira o trailer de Memento Mori:
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