Nascido para o público em 1999, A Bruxa de Blair foi um marco na história dos filmes de terror. O longa-metragem dirigido por Daniel Myrick e Eduardo Sánchez ajudou a popularizar um subgênero conhecido como found footage, hoje, famoso também por títulos como REC, Atividade Paranormal e Cloverfield - O Monstro.
Apesar do sucesso do longa-metragem, muitos não lembram que, dois anos depois da estreia, a Haxan Films produziu A Bruxa de Blair 2 - O Livro das Sombras. Com uma história completamente repaginada, entretanto, o segundo capítulo foi um estrondoso fracasso, responsável por quase dar fim a uma franquia que levaria anos para se recuperar.
O perturbador filme de terror do diretor de A Bruxa de Blair que passou despercebido durante anosA BRUXA DE BLAIR 2 ROMPEU COM ELEMENTOS CLÁSSICOS
Na trama, após os eventos do primeiro filme, uma grande indústria do turismo foi criada em torno de Burkittsville, Maryland, onde o videotape original foi rodado. Com isso, um empresário local criou a "Caça à Bruxa de Blair", uma excursão que levava seus contratantes à floresta onde a entidade supostamente habitava. Entretanto, quando os primeiros turistas chegam ao local, fatos bizarros começam a ocorrer de forma descontrolada, fazendo com que todos tentem de qualquer maneira escapar do local considerado amaldiçoado.
Um dos grandes problemas de O Livro das Sombras começa na tentativa de romper com o found footage implementado pela parcela anterior. Se em A Bruxa de Blair somos apresentados ao enredo pelo viés da nossa amada câmera amadora, no 2, esse tipo de tomada se torna mais escassa, dividindo tela com momentos de filmagem tradicional.
Além disso, grandes responsáveis por comandar o longa original, Sánchez e Myrick ausentaram-se da direção da sequência. A filmadora ficou sob o comando de Joe Berlinger, cineasta, até então, sem tanta experiência no universo do terror.
Assim, durante o lançamento, a produção foi bastante criticada pelo público e também pelos especialistas. No Rotten Tomatoes, A Bruxa de Blair 2 - O Livro das Sombras surge com meros 14% de aprovação, constituindo, também, um considerável fracasso de bilheteria - apenas US$47 milhões arrecadados; onde o primeiro capítulo faturou US$248 milhões.
Por conta do inesperado revés, os executivos resolveram dar uma pausa no desenvolvimento da mitologia. Para se ter ideia, o terceiro projeto da franquia só viu a luz do dia mais de quinze anos depois, intitulado Bruxa de Blair (2016) e configurando mais uma derrota para a saga.
Em maio de 2023, foi anunciado que um novo longa está em estágio de pré-produção - esse, dirigido por Oliver Park (Oferenda ao Demônio) e agora com o retorno de Myrick e Sánchez como produtores. Ainda sem título definido, especula-se que a nova história seja um reboot, ignorando os acontecimentos dos títulos já lançados.