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    "Não quero vê-lo balançando na piscina": Bruce Willis explica como foi enganado para ficar nu em filme massacrado pela crítica e pelo público
    Giovanni Rodrigues
    Giovanni Rodrigues
    -Redação
    Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

    O astro de Duro de Matar também admite que se o filme tivesse sido bem-sucedido "porque meu p*u estava nele, que se dane".

    Bruce Willis está aposentado dos filmes de ação há algum tempo devido a problemas de saúde. Ainda não se sabe se Quentin Tarantino conseguirá realizar seu desejo e fazer com que ele faça uma pequena participação especial em The Movie Critic, mas sempre teremos as dezenas de filmes que o astro de Duro de Matar fez.

    No entanto, há um filme do qual ele não tem boas lembranças, pois foi enganado para aparecer nu nele. Este filme se chama: A Cor da Noite. Lançado em 1994, A Cor da Noite é um thriller erótico que conta a história de um psicólogo deprimido pelo suicídio de um de seus pacientes que acaba sendo um dos suspeitos do assassinato de um colega. Ao mesmo tempo, ele conhece uma jovem mulher com quem inicia um caso.

    O filme é lembrado principalmente pela cena em que Willis mostra suas genitais. Esse foi o ponto crucial de tudo, porque o diretor Richard Rush havia prometido ao ator que ele poderia decidir quanto de seu corpo poderia ser visto nas cenas de sexo com Jane March, como ele lembrou em uma entrevista à Playboy:

    Não hesitei em fazê-las na época, porque o diretor me garantiu que eu poderia assistir às filmagens e dizer a ele quais cenas eu não queria que fossem usadas. Eu poderia ter dito: 'Eu realmente não quero ver meu pênis balançando na p***a da piscina'
    A Cor da Noite
    A Cor da Noite
    2h 02min
    Criador(es): Richard Rush
    Com Bruce Willis, Jane March, Rubén Blades
    Usuários
    3,6

    O problema surgiu na hora de decidir qual versão seria exibida nos cinemas, pois a visão de Rush entrava em conflito com a dos outros envolvidos. As diferenças chegaram a tal ponto que o diretor acabou tendo um ataque cardíaco que quase acabou com sua vida, então foi feito um acordo para lançar a versão do produtor nos cinemas e a versão de Rush no mercado doméstico.

    Foi aí que Willis se sentiu traído: "Quando o filme ficou pronto, houve uma grande confusão porque ninguém envolvido na produção concordou com a edição de Richard Rush. Ele tinha sua própria ideia artística, que era a de um filme muito mais longo e arrastado. Ele ficou territorialista e achou que estavam tirando o filme dele, o que não era o caso", disse.

    O astro seguiu explicando: "Todo mundo queria que o filme fosse mais rápido e comercial. Foi negociado um acordo que permitiu que ele fizesse um corte de diretor. Na versão em vídeo, há imagens do meu pênis. Ele me garantiu que isso não aconteceria, mas aconteceu. Não escrevi um contrato porque confiava nele. E agora está lá para sempre, quem se importa?"

    Hollywood Pictures

    Mas Willis reconhece que as coisas seriam diferentes se A Cor da Noite tivesse sido um grande sucesso como Instinto Selvagem: "Bem, meu filme não rendeu US$ 250 milhões. Se tivesse sido porque meu pênis estava nele, que se dane. O que acontece é que é difícil ser enganado e traído. Se você me disser que vai fazer algo, vou acreditar. Tudo o que você tem é a sua palavra e o seu comportamento".

    A verdade é que o longa foi um desastre em todos os níveis, pois foi impiedosamente massacrado pelos críticos e ignorado pelo público, arrecadando US$ 46 milhões quando seu orçamento era de US$ 40 milhões. Provavelmente acabou ganhando dinheiro em sua segunda vida nas locadoras de vídeo, mas certamente não foi o que nenhum dos envolvidos esperava.

    Dois pesos e duas medidas?

    A propósito, houve de fato uma tentativa de exibir as cenas picantes de Willis nos cinemas dos EUA, mas a reação da MPAA não poderia ter sido mais furiosa. Jack Valenti, seu presidente na época, disse o seguinte sobre o assunto:

    "Eram cenas de sexo intenso. Se Bruce Willis tivesse saído de um chuveiro e estivesse se secando com uma toalha, ou estivesse pegando um telefone e houvesse um breve vislumbre de nudez, a classificação provavelmente seria mais baixa. Mas se você é mostrado totalmente nu e transando com alguém em uma cama, isso é outra coisa".

    Hollywood Pictures

    Rush reclamou dos padrões "dois pesos e duas medidas" da MPAA, observando que "todos nós já vimos nudez frontal completa na televisão. Supostamente, é uma autorregulamentação para evitar a censura, mas, de certa forma, tem o mesmo efeito. Somos vítimas das exigências da insanidade".

    Bruce Willis está garantido no último filme de Quentin Tarantino?

    De fato, esse critério é questionado pela decisão de pedir para cortar a famosa cena da piscina por causa da "proximidade entre a genitália e o rosto", mas depois manter outra que mostrava os pelos pubianos de March perto do rosto de Willis.

    Rush argumentou que "em nome da proteção das mulheres, estamos impondo essa censura absurda para proteger nossos próprios egos", ao que Valenti respondeu que "dizer que há uma duplicidade é pura hipocrisia. Essas pessoas estão tentando obter publicidade gratuita".

    A Cor da Noite não está disponível em nenhum streaming no Brasil. Mas, a propósito, esse foi o último longa-metragem de ficção dirigido por Rush - ele dirigiu um documentário em 2000 sobre como o filme O Substituto foi feito -, portanto, está claro que em Hollywood não o perdoaram pelo que aconteceu aqui.

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