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    Um dos filmes mais sensacionais de Matt Damon: Luxo, intriga e obsessão em um suspense perverso
    Eduardo Silva
    Eduardo Silva
    -Redator
    Jornalista que ama filmes sobre distopias e animes de battle royale. Está sempre assistindo alguma sitcom e poderia passar horas falando sobre Yu Yu Hakusho e Jogos Vorazes.

    Uma complexa relação com a identidade e a riqueza – explorada de forma luxuosa, mas perversa.

    Filmes de assaltos ou de golpes perfeito têm um componente empolgante decido ao fascínio voyeurístico. Por um momento, podemos estar no mesmo barco que um grupo de criminosos que, por motivos mais ou menos compreensíveis, está preparando um plano para roubar recursos importantes de instituições ou de altos executivos. Podemos até nos permitir deixar de lado o questionamento da moralidade dos personagens.

    Mas, às vezes, a moralidade não pode deixar de ressurgir das profundezas em que a enterramos quando o personagem em questão é particularmente repreensível. No entanto, somos igualmente forçados a nos colocar na perspectiva deles, provavelmente por um bom motivo escolhido pelos cineastas da época. É isso que torna tão fascinantes filmes policiais não convencionais como O Talentoso Ripley.

    Fingir até conseguir

    D.R./Bac Films

    O requintado filme de Anthony Minghella, de 1999, decorado com um elenco luxuoso que inclui Matt Damon, Jude Law e Gwyneth Paltrow, está disponível para aluguel no Prime Video. Um filme policial tão luxuoso quanto perverso, em que o suspense é distorcido de forma sugestiva até não parecer mais.

    O Talentoso Ripley
    O Talentoso Ripley
    Data de lançamento 18 de fevereiro de 2000 | 2h 14min
    Criador(es): Anthony Minghella
    Com Matt Damon, Jude Law, Philip Seymour Hoffman
    Usuários
    4,0

    Damon é o Ripley do título. Um homem de uma classe social mais baixa com aspirações de subir aos escalões superiores da sociedade. Trabalhando em uma festa como músico, ele pega emprestada uma jaqueta de Princeton para a apresentação, o que mais tarde será o motivo pelo qual um dos milionários da festa o confunde com um colega de faculdade de seu filho.

    Mantendo a confusão, Ripley aceita uma missão desse homem para resgatar seu filho das sedutoras terras italianas, onde ele parece querer desperdiçar a vida.

    “Desperdiçar” é uma forma de interpretar o hedonismo em que cai o personagem de Jude Law, cheio de privilégios e de uma beleza que Ripley busca acessar. Mesmo que seja através do “finja até conseguir” que às vezes parece marcar a personalidade norte-americana.

    No caso de Ripley, é mais complexo, pois ele não busca tanto manter seu disfarce para manter o status, mas sim se tornar ele mesmo o disfarce.

    O Talentoso Ripley: fascínio pela beleza

    D.R./Bac Films

    É uma ambição truculenta, marcada também pelo fascínio que o personagem de Law lhe causa. Um fascínio que beira a atração, com um personagem que vê a beleza e a riqueza como inseparáveis. Minghella estuda essa psicologia complexa com uma sutileza incrível, transformando em melodrama o que poderia ser um suspense criminal convencional, porém elegante.

    Uma estratégia que funcionou, em parte, para Alfred Hitchcock com Pacto Sinistro, outra esplêndida adaptação da obra de Patricia Highsmith (embora essa tenha sido mais parecida com um suspense).

    O Talentoso Ripley explora um personagem um tanto vilanesco com uma curiosidade apreciável, empregando intrigas distorcidas e um aspecto visual luxuoso (incrível cinematografia de John Seale), mas tingido de inquietação. Essas qualidades o tornam um filme duradouro e mais digno de indicação e elogios do que o filme anterior de Minghella, O Paciente Inglês.

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