Não é de hoje que Hollywood peca em criar representações negativas sobre povos sub-representados. Pertencentes a minorias, diversos atores denunciaram este movimento ao longo das últimas décadas e, em uma indústria com poucas oportunidades, muitos precisaram aceitar papéis que diminuíram suas características para sobreviver.
Os povos nativos dos Estados Unidos estão entre aqueles que sofreram com diversos estigmas no cinema, na TV e no audiovisual no geral. Uma das estrelas de Assassinos da Lua das Flores, novo longa de Martin Scorsese, fez uma breve denúncia sobre essa questão em entrevista à Vulture citando a uma das séries mais famosas da década - para o público estadunidense.
Dia dos Povos Indígenas: 6 produções que trazem representatividade com personagens marcantes e os melhores produtosLily Gladstone fez críticas a Yellowstone, produção criada por Taylor Sheridan que já foi criticada anteriormente por sua visão da história estadunidense. Para a atriz, o projeto, que hoje carrega o status de ser uma das produções mais assistidas dos EUA, é “delirante e deplorável”. “Sem ofensa aos artistas nativos envolvidos nisso. Eu mesma fiz o teste várias vezes [para a série]. Isso era [a única coisa] que tínhamos.”
Ainda sobre as oportunidades de pessoas nativas em Hollywood, ela aponta que trata-se de um "faca de dois gumes". “Você quer que mais nativos escrevam histórias nativas; você também quer que os mestres prestem atenção ao que está acontecendo. A história americana não é história sem a história nativa.”
Morre atriz indígena que fez história no Oscar; relembre quem foi Sacheen LittlefeatherCom grandes possibilidades de ser a primeira mulher nativa dos Estados Unidos a vencer o Oscar de Melhor Atriz, em caso de indicação, Gladstone atua desde 2012. Entre seus últimos créditos, ela participou de First Cow - A Primeira Vaca da América, Reservation Dogs, Billions e Fancy Dance. No longa de Scorsese, ela interpreta Mollie Burkhart, ao lado de Leonardo DiCaprio.
Assassinos da Lua das Flores é inspirado no best-seller homônimo do escritor David Grann e também baseado em uma história real. O ano é 1920, na região norte-americana de Oklahoma. Misteriosos assassinatos acontecem na tribo indígena de Osage, uma terra rica em petróleo. O caso foi investigado pelo FBI, a agência que tinha acabado de ser criada na época. Os assassinatos dados a partir de circunstâncias misteriosas na década de 1920, assolando os membros da tribo Osage, acaba desencadeando uma grande investigação envolvendo o poderoso J. Edgar Hoover, considerado o primeiro diretor do FBI.
O longa deve chegar aos cinemas brasileiros em 19 de outubro.