Certamente, os filmes de David Ayer (Esquadrão Suicida) não podem ser classificados exatamente como obras-primas, mas sua direção é sempre caracterizada por uma grande dose de crueldade e velocidade. Os Reis da Rua e Sabotagem, por exemplo, não pretendem ser uma obra de arte, mas um entretenimento adulto brutal que, no entanto, chama a atenção para a corrupção estrutural do sistema de justiça criminal dos EUA.
Isso também se aplica a Marcados para Morrer, filme de 2012, que está disponível no Brasil pelo serviço de streaming da Paramount+.
David Ayer mais uma vez se baseia no cinema de pura adrenalina, que dificilmente dá aos espectadores tempo para recuperar o fôlego. Além disso, o filme não só tem um elenco forte, mas também transfere o estilo found footage, que é usado principalmente no cinema de terror, para um suspense policial.
Mike Zavala (Michael Peña) e Brian Taylor (Jake Gyllenhaal) são patrulheiros em Los Angeles. Eles estão em serviço juntos há anos e se tornaram melhores amigos. Zavala acabou de se tornar pai, enquanto Taylor e sua namorada (Anna Kendrick) estão planejando formar sua própria família. Há meses, ele vem filmando sua rotina diária de trabalho com uma pequena câmera de vídeo, para que mais tarde possa mostrar a seus filhos o que vivenciou.
California Filmes
Mas então, durante o que à primeira vista parece ser uma operação completamente normal, quase ocorre uma catástrofe. Os policiais param um carro e um dos passageiros saca uma arma e dispara contra eles. Eles conseguem dominar os homens e encontram várias armas cravejadas de diamantes. Mais tarde, como se vê, esse é apenas o começo de uma pista quente. Cada vez mais eles ficam no rastro de um cartel criminoso.
Ação e câmera frenética
A crítica oficial do AdoroCinema deu uma nota de 4 de 5 estrelas a Marcados para Morrer. Já os usuários do site avaliaram o filme com média de 4,1 estrelas em 291 notas e 31 críticas.
A decisão de usar o estilo found footage não é apenas um artifício sem valor agregado. Muito pelo contrário: a abordagem pseudodocumental dá ao filme uma urgência imediata que atrai o espectador diretamente para a ação: você está bem no meio dela.
“A câmera é praticamente um personagem da produção. Inicialmente, pode incomodar um pouco por algumas cenas muito frenéticas, que misturam câmera na mão com a visão subjetiva de um personagem filmando. Mas com o tempo, o espectador se acostuma e até passa a admirar a cinematografia, que acaba ganhando uma personalidade bem interessante.”
“Quem gosta de uma boa ação tem tudo para aprovar o filme, que tem muito tiro e correria, além do linguajar sujo e da defesa de uma ‘ética da rua’. Ayer, mais uma vez, conseguiu criar uma história tensa e envolvente, contando com a ajuda fundamental da montadora Dody Dorn, indicada ao Oscar pelo maravilhoso trabalho em Amnésia, de Christopher Nolan.”