É difícil para Virginie conciliar a sua vida de agricultora com a de mãe solteira. Para salvar sua fazenda da falência, ela se atirou de cabeça no negócio de gafanhotos comestíveis. Mas aos poucos, seus filhos não a reconhecem mais: Virginie parece estar desenvolvendo um estranho vínculo obsessivo com seus gafanhotos.
Escrito por Jérôme Genevray e Franck Victor, esta produção nasceu de uma convocatória de projetos do CNC para filmes de gênero. Os co-roteiristas apoiaram-se na história de uma amiga em comum, Stéphanie Maubé, que contou a sua experiência de reconversão na agricultura no livro Era Uma Vez Uma Pastora, mas também na tentativa de uma mulher criar insetos no sul da França.
Após Fale Comigo, confira 5 filmes de terror que ainda estrearão em 2023A Nuvem foi então dirigida por Just Philippot, que se destacou pelos curtas Breath e Acide, ambos finalistas do César. Inspirando-se no filme O Abrigo de Jeff Nichols, mas também no documentário Anais vai à Luta, o realizador, que pela primeira vez aborda o exercício dos longas-metragens, consegue transcrever na imagem a mistura inteligente de gêneros – drama familiar, realismo rural, terror orgânico – prometidos pelo roteiro.
No caminho de Grave, que abalou o cenário cinematográfico em 2016, A Nuvem marca o espectador com a grande atuação de Suliane Brahim, integrante da Comédie-Française [companhia de atores] que aqui desempenha seu primeiro grande papel no cinema, bem como de suas cenas espetaculares, executadas com recurso a análises migratórias reais e efeitos especiais supervisionados por Antoine Moulineau (O Cavaleiro das Trevas, Avatar). Apresentado no Festival Gérardmer em 2020, A Nuvem ganhou o Prémio do Público e o Prémio da Crítica.
A Nuvem é estrelado por com Suliane Brahim, Sofian Khammes, Marie Narbonne e está disponível na Netflix.