Em dezembro de 1937, Branca de Neve e os Sete Anões fez sua estreia nos Estados Unidos. Mais do que o primeiro longa-metragem produzido pela Disney, foi nele que conhecemos a primeira princesa do estúdio. Ao longo do século 20, tantas outras foram apresentadas e caíram nas graças do público. Não à toa, essas protagonistas femininas se tornaram a marca registrada da empresa. Mas você sabe qual foi a primeira criada sem a supervisão de Walt Disney?
Pois bem, depois da jovem que come a maçã envenenada, foi a vez de Cinderela chegar aos cinemas em 1950. A dona dos sapatinhos de cristal definitivamente conquistou seu lugar na história da Disney e na cultura pop. Até hoje é uma das mocinhas favoritas do grande público.
Nove anos se passaram até que uma terceira princesa surgisse: Aurora, de A Bela Adormecida. Foi a última lançada sob a gestão de Walt, e o desenho, apesar de ser considerado um clássico atualmente, não teve um bom desempenho na época. Foram apenas US$ 5 milhões arrecadados para um orçamento de US$ 6 milhões.
Diante disso, Walt resolveu deixar os contos de fadas de lado temporariamente. Além do fracasso comercial, sua companhia tinha preocupações maiores na década de 1950, como a Disneylândia, que foi inaugurada na Califórnia em 1955. Walt também estava às voltas com um projeto bastante ambicioso: a construção de um novo parque em Orlando, na Flórida, que só abriria suas portas em 1971. Sim, o Magic Kingdom!
Infelizmente, Walt nunca conseguiu ver esse sonho realizado, já que, em 1966, descobriu um câncer no pulmão. Fumante inveterado, ele até se submeteu a uma operação em novembro daquele ano, mas não bastou para reverter o quadro. No dia 15 de dezembro, duas semanas depois de comemorar seu aniversário de 65 anos, Walt morreu no Hospital St. Joseph, localizado na cidade de Burbank, na Califórnia, em frente aos estúdios da Disney.
Com a perda do fundador, a empresa entrou em um período conturbado que envolveu desde conflitos internos entre animadores veteranos e novatos até uma crise econômica que quase a levou à falência. Chamado de “Era de Bronze” ou “Era Sombria”, esse momento inclui as seguintes animações:
- Aristogatas (1970);
- Robin Hood (1973);
- As Muitas Aventuras do Ursinho Pooh (1977);
- Bernardo e Bianca (1978);
- O Cão e a Raposa (1981);
- O Caldeirão Mágico (1985);
- As Peripécias do Ratinho Detetive (1986);
- Oliver e sua Turma (1988).
Foi somente em 1989 que a Disney voltou a apostar em uma princesa: Ariel, de A Pequena Sereia. Primeira a não passar pelo filtro de Walt, a ruivinha dos Setes Mares logo se revelou um fenômeno. Em seu fim de semana de estreia, faturou US$ 6.1 milhões – ou seja, a mesma quantia obtida por A Bela Adormecida em todo o seu tempo de exibição.
De fato, foi a história da filha de Tritão que tirou o estúdio de décadas de marasmo, dando início a uma fase altamente próspera conhecida como “Renascimento da Disney”. Dela fazem parte fenômenos como A Bela e a Fera (1991), Aladdin (1992), O Rei Leão (1994) e Tarzan (1999).