Quando a ficção científica distópica, Filhos da Esperança, chegou aos cinemas há quinze anos, o cineasta Alfonso Cuarón viu a obra como um aviso sobre o futuro. Lançado cinco anos após o 11 de setembro, o filme imaginou uma sociedade em ruínas, chocada pelo terrorismo, devastada pela guerra, dominada pela xenofobia e manchada por abusos dos direitos humanos.
Na trama, não se sabe o motivo, mas as mulheres não conseguem mais engravidar. O mais novo ser humano morreu aos 18 anos e a humanidade discute seriamente a possibilidade de extinção. Theodore Faron (Clive Owen), um ex-ativista desiludido que se tornou um burocrata e vive em um mundo arrasado pela violência, é então procurado pela ex-esposa, Julian (Julianne Moore), sendo apresentado a uma jovem que misteriosamente está grávida. Assim, eles passam a protegê-la a qualquer custo, acreditando que a criança por vir seja a salvação da humanidade.
Para se ter ideia, Children of Men (no original) foi indicado a três categorias do Oscar em 2007. Visualmente impecável, a produção se destacou por apresentar alguns debates que ainda hoje ressoam em nossa sociedade. Em entrevista para a NBC há alguns anos, David Arata, co-roteirista do longa, afirmou:
Achamos que o filme era um conto preventivo. Mas agora, eu acho que o público [contemporâneo] está dizendo: 'Não é um conto preventivo. Ele está acontecendo nos Estados Unidos.
Ambientada em uma Londres de 2027, Filhos da Esperança também antecipou alguns detalhes importantes da paisagem local. Quem prestou atenção percebeu que o The Shard, um dos arranha-céus mais icônicos da cidade, está presente no filme apesar de ainda não ter sido verdadeiramente construído em 2006 - ano em que o longa foi lançado. Segundo o diretor, a inserção através de efeitos especiais da silhueta do edifício foi feita pensando em gerações futuras, que conviveriam diariamente com a construção já levantada.
A série de viagem no tempo que sempre esquecemos que existe: Tem uma pontuação perfeita e é considerada a ficção científica definitivaDa mesma forma, outros pequenos pormenores também não passaram despercebidos, como a camisa usada por Clive Owen da Olimpíada de Londres - que só ocorreria em 2012; e a morte da Rainha Elizabeth II - falecida no ano passado.