Quase dez anos à frente de Peaky Blinders tornaram Cillian Murphy uma figura mais do que querida para o público e não à toa, a personalidade enigmática (e os olhos azuis) também veio cativando o público em outras obras, como Um Lugar Silencioso Parte 2, A Origem e Batman: O Cavaleiro das Trevas – estes dois últimos de Christopher Nolan, que agora dirige o astro em Oppenheimer. Esta é a sexta parceria entre os dois e, ainda assim, o astro se surpreendeu com o cineasta, como contou em entrevista ao AdoroCinema.
Nolan escreveu o roteiro de Oppenheimer em primeira pessoa – uma decisão técnica inédita para ele e, provavelmente, para a maior parte de Hollywood, incluindo Cillian Murphy, que nunca tinha trabalhado com um texto feito dessa forma. “Foi muito interessante porque o roteiro foi escrito em primeira pessoa, algo que eu nunca tinha visto antes. Então, eu soube que seria algo extremamente subjetivo”, explicou o ator.
Assista à entrevista completa:
De fato, a trama que acompanha a história real do físico J. Robert Oppenheimer, conhecido como o “pai da bomba atômica”, tem um viés íntimo nos sentimentos do cientista durante o desenvolvimento do Projeto Manhattan e das consequências devastadoras da explosão da bomba nuclear. “Você precisa fazer a pesquisa, de verdade. Li muito, acessei o máximo de materiais de arquivos em que pude colocar as mãos e, aí, trabalhei de forma muito próxima com Chris [Nolan]”, continuou o ator irlandês.
Cillian nos contou ainda que, ao estudar para encontrar sua interpretação do personagem, o roteiro, claro, o ajudou a entender a visão que Christopher Nolan tinha da história. “Acho que é por isso que ele usa muitos close extremos na câmera. Para tentar realmente entrar no processo de pensamento de Oppenheimer, ele queria colocar o público em seu ombro, dentro dos tipos de processos e dilemas morais que eu Oppenheimer enfrentava o tempo todo”, pontuou.
Quem foi Oppenheimer?
O filme de Christopher Nolan é adaptado do premiado livro American Prometheus, publicado em 2005, pelos autores Kai Bird e Martin J. Sherwin, e acompanha a história do cientista que liderou o laboratório de testes de Los Alamos durante a construção do armamento nuclear dos Estados Unidos. Mais tarde, a bomba causaria uma catástrofe nas cidades de Hiroshima e Nagazaki, no Japão.
A história impactou profundamente o cineasta – um efeito que só se tornou ainda maior durante o desenvolvimento do longa. “Eu sabia sobre Oppenheimer, mas aprendi muito [fazendo o filme] e descobri que é uma das histórias mais dramáticas que já encontrei. Uma vez que você realmente começa a entender por que ele fez as coisas que fez... O objetivo do filme é colocar você na mente dele, para que entenda as situações que ele enfrentava e, para mim, é isso o que dá força e emoção. Não havia respostas fáceis”, diz.
Oppenheimer já está em cartaz nos cinemas brasileiros.