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    “A ideia é subverter os papéis”, explica diretor de Ruby Marinho, novo filme da DreamWorks que tira sarro de princesa da Disney (Entrevista Exclusiva)
    Lucas Leone
    Lucas Leone
    -Redator | Crítico
    Lucas só continua nesta dimensão porque Hogwarts ainda não aceita alunos brasileiros. Ele até tentou ir para Westeros ou o Condado, mas perdeu a hora do Expresso do Oriente. Hoje, pode ser visto escrevendo no Central Perk mais próximo.

    Animação é a primeira do estúdio a ter uma protagonista feminina, que esconde um grande segredo: ela vem de uma família de krakens.

    Estreia nesta quinta-feira (29) a nova animação da DreamWorks, Ruby Marinho - Monstro Adolescente, que, como o título sugere, traz a primeira protagonista feminina do estúdio. Na trama, Ruby (dublada por Lana Condor) é uma adolescente que esconde um grande segredo: ela vem de uma família de krakens. Sim, aquelas criaturas gigantescas que, segundo a mitologia nórdica, moram no fundo do mar e ameaçam os navios e seus tripulantes.

    Dessa vez, os krakens não são malvados nem perigosos. Pelo contrário, são os protetores da vida marinha – algo que Ruby não sabe nem os habitantes de sua pequena cidade. Apesar dos esforços da garota para manter sua natureza em sigilo, um dia ela entra em contato com a água e acaba revelando sua versão kraken. Mais do que isso, ela descobre que seu mundo submarino está ameaçado por… uma sereia ruiva! Não, não se trata da Ariel da Disney, e sim de Chelsea (Annie Murphy), uma jovem que também finge ser humana.

    O AdoroCinema bateu um papo superdivertido com o diretor do desenho, Kirk DeMicco, que tem em seu currículos títulos como Os Croods, Space Chimps - Micos no Espaço e A Jornada de Vivo. Leia a conversa a seguir e não deixe de conferir o vídeo completo clicando aqui.

    Em Ruby Marinho, você criou um universo subaquático totalmente diferente, no qual os krakens não são monstros, mas criaturas incríveis. Qual foi o maior desafio durante esse processo?

    “O maior desafio foi criar um mundo subaquático que nunca vimos antes. Um mundo que nos permitisse manter a escala e o escopo para que os krakens pudessem habitá-lo. Ao mesmo tempo, queríamos que fosse lindo e atraente. De fato, tivemos muita sorte que nosso designer de produção, Pierre-Olivier Vincent, já tinha feito toda a franquia “Como Treinar o Seu Dragão”, então sabíamos que a construção desse universo estava em ótimas mãos.”

    Ao mesmo tempo que você trouxe os krakens bonzinhos, você pegou uma personagem enorme que todos conhecemos graças à Disney (a sereia) e a transformou em vilã. Parece um grande aceno à DreamWorks dos anos 2000, tirando sarro da Disney e dos contos de fadas. É isso mesmo?

    “Na verdade, estávamos mais intrigados pela ideia de subverter os papéis e subverter a expectativa. Assim, quando subvertemos a expectativa de um kraken gigante, pareceu natural subverter a expectativa de uma sereia. Meio que devolvemos a sereia para sua origem, antes de Hans Christian Andersen, para a época em que eram apenas uma criatura do mar.

    “A ideia de que Chelsea é perigosa e ainda canta… Ela queria ser persuasiva. Acredito que foi uma ótima oportunidade, porque o filme é sobre uma garota adolescente no ensino médio. Você quer que gostem de você. Você quer que te digam certas coisas. Então, é um pequeno alerta sobre em quem confiar.”

    DreamWorks Pictures
    Ruby e Chelsea em cena do desenho da DreamWorks.

    O filme é recheado de músicas pop – inclusive um hit do BLACKPINK, “Pink Venom”. Como você escolheu essa trilha sonora e como ela ajuda a criar a atmosfera do filme?

    “Desde as primeiras exibições-teste, nós usamos essa canção. É um filme adolescente, e a música é uma grande parte da cultura dos jovens. A música define a cultura dos jovens. Nós queríamos que o filme tivesse uma espécie de mixtape para a vida de Ruby. Assim, misturamos canções originais de Mimi Webb, Freya Ridings e BLACKPINK com a trilha sonora de Stephanie Economou. Este é seu primeiro longa-metragem, e ela trouxe uma pegada dream pop dos anos 80, o que não é nada tradicional, mas deu um toque especial à vida de Ruby.”

    Existe algum personagem de Ruby Marinho com o qual você se identifica mais? Por que?

    “Às vezes sinto que me identifico mais com o tio Brill, porque, felizmente para mim, estou cercado de muitas mulheres fortes e estou tentando encontrar meu lugar. Sam Richardson o dubla no original, e ele é um personagem muito doce que, neste filme cheio de protagonistas femininas, quer apenas o melhor para elas. Ele quer sua família reunida. Então, foi uma oportunidade que tivemos de surpreender o público com um tio que deveria ser bobão, mas tem uma sabedoria inesperada no fim.”

    DreamWorks Pictures
    Ruby e sua avó no reino dos krakens.

    Jane Fonda dubla a avó da personagem principal. Como foi dirigir uma lenda como ela e transformá-la em um gigantesco kraken verde, com enormes tentáculos?

    “Foi uma oportunidade única na vida. Acho que todos nós – minha codiretora Faryn Pearl e minha produtora Kelly Cooney – ficamos fascinados, para dizer o mínimo. Jane definitivamente sabe o que quer fazer, e uma coisa que a deixou muito animada foi aproveitar a dublagem para ir além do que se faz em um filme normal, no formato live-action. Assim, a oportunidade casou perfeitamente com a personagem, porque Jane conseguiu trazer uma teatralidade e um estilo muito novo e único.”

    A seguir, veja nossa entrevista com Kirk DeMicco na íntegra:

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