Quando os filmes são refeitos, isso pode ter vários motivos. Na maioria das vezes, porém, os sucessos de bilheteria de países que não falam inglês são simplesmente repaginados para conquistar o grande mercado dos EUA. As legendas não são muito bem-vindas lá. E o passado mostrou que os estúdios geralmente se saem muito bem se apropriando dos conceitos e copiando-os com mais orçamento e rostos familiares para torná-los adequados para as massas. Com Gloria Bell (2019), no entanto, o caso é um pouco diferente.
Por um lado, o drama de autodescoberta sobre uma mulher divertida de cinquenta e poucos anos é muito diferente de Gloria (2013) e, por outro lado, Sebastián Lelio, o diretor do original, assumiu a produção do remake - que, em essência, conta a mesma história, mas acrescenta algumas facetas empolgantes e, por fim, entrega um filme diferente que vale a pena ser visto. Ele está disponível para streaming no catálogo da Netflix.
DO QUE SE TRATA GLORIA BELL?
Como seus filhos adultos, Anne (Caren Pistorius) e Peter (Michael Cera), já têm suas próprias vidas há muito tempo, Gloria (Julianne Moore) corre o risco de finalmente se sentir solitária após o divórcio, até que finalmente encontra uma nova coragem. Como uma espécie de contraste com sua vida entediante no escritório, ela agora passa suas noites nas diversas festas de solteiros que Los Angeles tem a oferecer.
Em uma de suas incursões noturnas, ela conhece Arnold (John Turturro), com quem logo imagina ter mais do que apenas um relacionamento casual. Mas quando Gloria descobre que Arnold a está escondendo de suas filhas, a mãe recém-apaixonada começa a duvidar de sua recém-descoberta felicidade...
VELHA HISTÓRIA, NOVOS PROBLEMAS
A americana Gloria enfrenta os mesmos problemas que sua modelo chilena, mas no final ela trava sua própria batalha. Com uma pele loira e um par de óculos mais estiloso, o roteirista e diretor Lelio não apenas dá à sua nova Gloria um novo visual, mas também não quer simplesmente copiar sua personagem - o que não faria justiça nem à atriz original Paulina García nem à vencedora do Oscar Julianne Moore (por Para Sempre Alice).
Enquanto ele permanece menos sutil no remake e, portanto, deixa ao público relativamente pouco espaço para interpretação, sua nova atriz principal, por outro lado, tem mais espaço para reinterpretar o papel familiar - por exemplo, com a ajuda de um cenário completamente novo. Gloria não só precisa lidar com seus problemas familiares e com um herói dominador, mas também com os ideais de beleza que estão se tornando cada vez mais a norma em L.A.
No final, damos a ele 3,5 de 5 estrelas possíveis e uma recomendação clara para todos os fãs de histórias tiradas da vida. Não é uma mera cópia, mas a história não menos convincente de uma Gloria um pouco diferente, trazida à vida de forma sensível e com mais coragem para a tragédia por Julianne Moore - mesmo que a versão americana também não tenha um pouco do mistério que tornou a Gloria chilena um fascínio sutil.