O Dia do Cinema Brasileiro é comemorado em 19 de junho, uma data perfeita para relembrar a rica história do nosso cinema nacional que, infelizmente, passou por muitos problemas ao longa de sua trajetória – incluindo a censura de filmes no período de Ditadura Militar (que ocorreu entre 1964 e 1985). Uma dessas produções foi considerada "imprópria", sofreu censura, mas agora está de graça na internet para você assistir!
Adélia Sampaio: Conheça a história da primeira diretora de cinema negra do BrasilEstou falando de Amor Maldito, filme brasileiro de 1984 e dirigido por Adélia Sampaio. Na história, temos duas jovens mulheres, Fernanda (Monique Lafond), uma executiva, e Sueli (Wilma Dias), uma ex-miss, que se apaixonam e decidem morar juntas. Porém, Sueli se cansa do relacionamento amoroso que leva com Fernanda e envolve-se com um jornalista. A moça engravida do amante e ele o abandona. Em desespero, Sueli se atira da janela do apartamento de Fernanda, que passa a ser acusada de homicídio.
Amor Maldito é um filme bastante importante para nossa história. Ele foi o primeiro longa-metragem dirigido por uma mulher negra no cinema brasileiro, Adélia Sampaio, e também desafiou a Ditadura Militar (no seu período final em 1984) abordando a relação amorosa entre duas mulheres que se apaixonam e como elas lidam com o preconceito.
Por isso mesmo, Amor Maldito foi rejeitado pela Embrafilme, empresa estatal que era a principal responsável por fomentar a produção e distribuição de filmes brasileiros na época. Sem esse apoio fundamental, o filme teve muitas dificuldades para ser produzido e acabou sendo exibido em poucas salas de cinema em São Paulo. Para que isso fosse possível, Adélia ainda precisou aceitar que ele fosse lançado como uma pornochanchada. Essa foi uma obra à frente de seu tempo, desafiando a censura em época de repressão militar e mostra a força (e importância) do nosso cinema e de cineastas como Adélia Sampaio.
Indispensável para conhecer mais sobre a história do cinema nacional, Amor Maldito está disponível completo e gratuitamente no canal do YouTube da própria Adélia Sampaio: