1994 foi um grande ano para a carreira de Jim Carrey, que lançou Ace Ventura, O Máskara e Debi & Lóide, transformando-o em uma estrela de Hollywood. No entanto, esse segundo filme estava prestes a ser muito diferente, pois Chuck Russell, seu diretor, revelou que a ideia inicial da New Line era fazer um filme de terror nos moldes do icônico vilão Freddy Krueger.
Do terror à comédia: sucesso
Lembremos que Russell já havia contribuído com sua parte na saga liderada por Robert Englund com A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos, uma das melhores continuações do cinema de terror, então ele sabe do que está falando quando faz essa comparação. Ele mesmo relembrou como era o projeto originalmente quando a New Line adquiriu os direitos do personagem:
"É um ótimo exemplo de luta pela sua visão do filme. Nós o transformamos de um filme de terror em uma comédia. Ele foi concebido como um filme de terror. Essa foi a batalha. A New Line queria um novo filme na linha de Freddy (Krueger). Coincidentemente, eu tinha visto a mesma história em quadrinhos original do Máskara que eles acabaram comprando e pensei: 'É muito legal, mas é muito parecido com Freddy Krueger'."
"Ele realmente era. Ele colocava a máscara e matava as pessoas. E tinha muitas piadas. Era muito legal, cheio de sangue e era uma história em quadrinhos em preto e branco. Depois, eles refizeram os quadrinhos para que ficassem parecidos com o filme, mas os originais eram muito legais, sombrios e assustadores, mas eu sabia que, como filme, teria ficado muito parecido com um filme do Freddy Krueger."
De fato, não é difícil ver como o personagem poderia receber um toque sinistro, pois conta a história de um homem normal que age como um louco depois de vestir uma máscara verde exclusiva que literalmente possui o usuário.
Com essa premissa e os quadrinhos originais da Dark Horse como base, eles poderiam facilmente ter optado pelo terror, mas Russell não quis ir pelo caminho mais fácil. É claro que ele mesmo admite que teria sido quase impossível transformá-lo em uma comédia se não fosse por Carrey:
"Eu tinha visto Jim Carrey em um show de stand-up no Comedy Store de Sunset pouco tempo antes e fiquei impressionado. Parecia uma alucinação ao vivo. Enquanto trabalhava com ele, eu costumava lhe impor certos desafios para fazer comédia física que nem ele nem eu podíamos imaginar. Nós realmente gostávamos disso porque o levávamos a ir um pouco além. Ele dizia: 'Rapaz, não sei, eu simplesmente penso em algo e vou em frente'."
New Line Cinema
"Ele é muito talentoso. É um gênio da comédia. Eu disse que tínhamos de contratá-lo. Nós o desenvolvemos para ele. As pessoas me perguntaram quem eu teria contratado se não tivéssemos o Jim. Olho para minha antiga lista e vejo que Matthew Broderick e Nicolas Cage eram possíveis, mas foi Jim quem inspirou tudo. Acho que ninguém além do Jim poderia ter nos ajudado a fazer uma boa comédia com aquele material."
"Então Jim leu o rascunho e disse: 'Meu Deus, é como se tivesse sido escrito para mim'. E eu disse: 'Bem, é porque é, e espero que você o faça'. Naquela época, ninguém o queria como protagonista. Ele ainda não tinha feito Ace Ventura, mas eu sabia que era a única maneira de fazer isso. Ele leu o filme e me disse: 'Estarei fazendo esse papel em aberturas de supermercado quando tiver 70 anos'."
O filme se tornou uma das comédias mais famosas da década de 1990 e também uma das de maior bilheteria, arrecadando mais de US$ 351 milhões. Nada mal, considerando que teve um orçamento de apenas US$ 23 milhões, portanto, alguns dos efeitos especiais podem ser um pouco desagradáveis hoje em dia. Mesmo assim, o filme fez história, lançou a carreira de Carrey e tornou Cameron Diaz famosa.
Jim Carrey estava prestes a estrelar uma sequência de Todo Poderoso interpretando Satanás: Conheça “Brucifer”O Filho do Máskara: o fracasso
Infelizmente, seu sucesso fez com que os executivos da New Line não resistissem à tentação de fazer uma sequência tardia, O Filho do Máskara (disponível na HBO Max), da qual Carrey não quis participar. O papel principal foi assumido por Jamie Kennedy, conhecido por ter dado vida ao personagem mítico de Randy Meeks na saga Pânico, e o resultado foi uma catástrofe em todos os sentidos. Para focar no aspecto financeiro, o custo subiu para 84 milhões de dólares, mas rendeu apenas 57 milhões de dólares em todo o mundo.
A franquia esta morta, ou pelo menos estará até que decidam fazer uma reboot ou um remake, o que todos sabemos que, pelo menos em um momento ou outro, a opção será cogitada. Existem rumores de que Ace Ventura já esteja sendo trabalhado e, nesse caso, haveria ainda mais motivos para isso, considerando o material de origem criado por Mike Richardson.