Se existe uma atriz cuja grande carreira foi em parte confundida com seu ativismo político – que lhe rendeu muitas críticas, principalmente durante a Guerra do Vietnã –, essa atriz é Jane Fonda. Defensora ferrenha da causa climática e sobretudo da luta feminista, ela se arrepende, por exemplo, de não ter denunciado Harvey Weinstein quando soube de seus abusos sexuais. Mas hoje, aos 85 anos, ela não se cala mais.
Recentemente convidada ao programa Watch What Happens Live, comandado por Andy Cohen, a duas vezes vencedora do Oscar foi questionada sobre o comportamento inapropriado do qual foi vítima ao longo de sua trajetória. Sem hesitar, ela citou o nome de um premiado cineasta francês: René Clément.
"Bem, ele queria dormir comigo porque a personagem que eu interpretava tinha que ter um orgasmo no filme e ele queria saber como era [o meu]", lembrou Jane. "Ele falou em francês, e eu fingi não entender."
O longa em questão é Jaula Amorosa (Les Félins, no original), lançado em 1964 e no qual a atriz teve a chance de contracenar com ninguém mais, ninguém menos que Alain Delon. Na época, ela tinha 27 anos e o diretor, 51.
Mas essa não foi a primeira vez que ela trouxe a história a público. Em uma entrevista de 2017 ao canal CNN, ela mencionou o caso de assédio sexual que ocorreu "no primeiro filme francês que fiz". "Recusei [seus avanços], mas ainda assim consegui o papel. Ele foi muito legal depois disso", afirmou na ocasião.
Jaula Amorosa acompanha um chefe da máfia americana que, após descobrir que sua esposa tem um amante chamado Marc (Delon), resolve procurá-lo e matá-lo. No entanto, Marc consegue escapar da gangue e se esconde na mansão de duas milionárias, Barbara (Lola Albright) e sua sobrinha Melinda (Fonda). Ao longo dos dias, Marc percebe que se meteu em uma enrascada: enquanto Barbara tenta envenená-lo, Melinda busca seduzi-lo.