Defensora dos movimentos contra o machismo e abuso sexual na indústria cinematográfica, Brie Larson prefere evitar falar sobre o filme de abertura do Festival de Cannes. Isso porque Jeanne du Barry assinala a volta de Johnny Depp às telas após a batalha judicial com sua ex-esposa Amber Heard.
Durante a coletiva de imprensa do júri do Palma de Ouro, o qual a atriz integra pela primeira vez, ela atestou que não decidiu se vai assistir ao longa inaugural da edição 2023 do festival.
Larson foi questionada por um repórter se - tendo em vista a controvérsia ao redor do intérprete do rei Luís XIV e seu posicionamento pró Times Up e Me Too - iria ver Jeanne du Barry no evento de abertura de Cannes, que acontece hoje (16). A estrela de Velozes e Furiosos 10 replicou: "Por que está perguntando isso justo para mim? Sinto muito, não entendo a correlação ou por que eu especificamente”, uma vez que o filme não está elegível ao prêmio e não é um requisito para os jurados.
“Você verá, eu acho, se eu assistir. E não sei como vou me sentir se o fizer”
O drama é o primeiro papel principal de Depp em três anos e terá sua primeira exibição - fora da competição - após a cerimônia de abertura. O júri presidido pelo diretor Robert Ostlund estará no evento.
Filme protagonizado por Johnny Depp gera controvérsia no Festival de Cannes
Stéphanie Branchu / Why Not Productions
Com o início da 76ª edição do Festival de Cannes, a campanha #CannesYouNot foi lançada nas redes sociais. O movimento cujo lema é “celebrando abusadores por 76 anos” destaca a presença e aclamação de homens acusados de violência contra a mulher ao longo dos anos. Entre figuras como Roman Polanski, Harvey Weinstein e Woody Allen, o nome de Johnny Depp é citado como o caso mais recente, diante do caso judicial de violência doméstica com sua ex-esposa Amber Heard.
Thierry Frémaux, diretor do festival, recentemente apoiou a inclusão de Jeanne du Barry no evento mesmo com ambos os protagonistas do filme, Johnny Depp e Maïwenn, tendo acusações de agressão nas costas:
“Não sei sobre a imagem de Johnny Depp nos Estados Unidos. Para dizer a verdade, na minha vida só tenho uma regra, é a liberdade de pensar, a liberdade de expressão e de agir dentro de um quadro legal”, disse Fremaux à Variety.
